Ao se tornar mãe na Finlândia, a brasileira Suvi, natural de Blumenau (SC), se deparou com um costume local que contrariava tudo o que aprendeu no Brasil: colocar o bebê para dormir fora de casa, mesmo sob temperaturas negativas. A prática, comum entre famílias finlandesas, chegou até ela por meio de uma profissional de saúde que acompanhava seu pós-parto.
“Quando o Benjamin tinha cinco dias, a enfermeira perguntou: ‘Mãezinha, você já colocou ele para dormir lá fora?’”, contou Suvi à Crescer, lembrando o estranhamento inicial diante da sugestão. Apesar de já ter ouvido falar na tradição, nunca imaginou que viveria a experiência. “Fiquei chocada. Não queria de jeito nenhum”, completou.
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O nascimento de Benjamin ocorreu por cesariana, e o acompanhamento domiciliar nos primeiros dias fez parte do protocolo do sistema público de saúde do país. Em meio a noites difíceis com o filho enfrentando cólicas, Suvi decidiu seguir o conselho. “Ela explicou que o sono ao ar livre poderia ajudar. E ele tinha muita cólica”, disse.
Com orientação da enfermeira, Suvi aprendeu a preparar o filho para enfrentar o frio: três camadas de roupa, incluindo body, tip-top e um saco térmico, além de uma touca apropriada. “Eu pensava: ‘Será que ele vai passar frio? Será que coloquei roupa demais?’”, lembrou.
O resultado foi imediato. Na primeira vez, Benjamin dormiu por cerca de três horas, mesmo com –10 °C. “As cólicas melhoraram. Ele começou a dormir super bem à noite. Ele parecia aqueles ursos saindo da hibernação, se espreguiçando devagar, sem chorar”, afirmou.
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A experiência foi registrada por Suvi em suas redes sociais com a seguinte reflexão: “Como mãe latina, meu instinto gritava ‘não’, mas como aqui é tradição, resolvi tentar. Nem todo costume diferente é ruim. Às vezes, só é diferente mesmo”.
Mesmo com o frio intenso do país, Suvi se sentiu segura para seguir o hábito local. “Como mãe latina, meu coração ficava apertado, mas aqui é muito seguro. Se alguém tocasse numa criança aqui, o escândalo seria enorme”, contou.
Hoje, Benjamin está prestes a iniciar a vida escolar. E, segundo a mãe, mesmo em temperaturas que podem chegar a –40 °C, as crianças seguem caminhando até a escola. “Elas se vestem sozinhas e enfrentam o frio e a escuridão. Meu bebê vai começar a escola agora em agosto, e eu estou super aflita. Mas faz parte da cultura e realmente funciona”, disse.
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