Mulher desabafa após ser forçada a carregar feto morto por semanas: “Meu útero se tornou um túmulo”

Elisabeth Weber viveu uma experiência devastadora em março de 2025, ao descobrir, durante a nona semana de gestação, que o feto que carregava havia parado de crescer três semanas antes. Apesar da ausência de batimentos cardíacos e da certeza médica de que estava ocorrendo um aborto espontâneo, foi impedida de realizar o procedimento de retirada do feto devido à rígida legislação antiaborto da Carolina do Sul, estado onde mora, nos Estados Unidos. Mãe de três meninas, se viu obrigada a continuar a gestação de um bebê sem vida por semanas, enfrentando sofrimento físico, psicológico e burocrático.

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A gravidez de Enzo, como ela e o marido o chamavam carinhosamente, era desejada. O casal já se preparava para a chegada do novo filho, inclusive com planos de mudança para um lar maior. A dor, no entanto, começou quando exames revelaram que o desenvolvimento do feto havia cessado ainda na sexta semana de gestação. “O bebê parou de crescer com 6 semanas e um dia. Disseram que eu definitivamente estava tendo um aborto espontâneo”, contou Elisabeth em entrevista à revista PEOPLE.

Mesmo diante do diagnóstico claro, ela não pôde receber o procedimento médico necessário, conhecido como dilatação e curetagem, que remove os restos da gestação do útero. Por conta da “lei do batimento cardíaco”, em vigor na Carolina do Sul, procedimentos abortivos são proibidos após seis semanas de gravidez, mesmo em casos como o dela, quando a gestação não é mais viável. “Meu bebê não tinha batimentos cardíacos, e isso ainda me impediu de receber tratamento. Olhei para ela e pensei: ‘Meu bebê está morto. Todos os médicos sabem disso. Ele não vai magicamente voltar a ter um batimento cardíaco”, lamentou.

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O sofrimento de Elisabeth não era apenas emocional. Seu corpo, ainda imerso nos sintomas da gravidez, não reconhecia a perda. Continuava vomitando, com náuseas intensas, acamada, enquanto precisava cuidar de suas três filhas pequenas. “Estava muito doente. Tenho três filhos, e esperar entrar em trabalho de parto era demais”, contou. Ela voltou ao hospital dias depois, pedindo ajuda, mas ouviu que só poderia ser atendida se estivesse em estado de hemorragia ou septicemia.

Sem alternativas, desabafou em um vídeo publicado no TikTok, que rapidamente viralizou. No registro, ela dizia: “O bebê está morto, sem batimentos cardíacos, e meu corpo ainda pensa que estou grávida. Não está eliminando o bebê como deveria”. O vídeo comoveu milhares de pessoas e trouxe visibilidade ao seu caso.

Uma defensora de pacientes entrou em contato e a orientou a procurar outro hospital, onde foi constatado que ela estava com uma infecção em curso. Ainda assim, a curetagem foi negada. “Eu ainda estava com muita dor, mas simplesmente me mandaram para casa com oxicodona. Senti que não conseguia nem lamentar… Perdi meu filho de SMSL com 10 semanas de vida, então isso trouxe tudo à tona”, contou, ressaltando que sequer pôde iniciar o processo de luto.

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A demora no atendimento e o trauma agravaram a situação familiar. Elisabeth não pôde trabalhar, e seu marido precisou tirar licença do emprego, o que gerou instabilidade financeira e afetou sua saúde — ele teve uma crise da doença de Crohn, desencadeada pelo estresse. A família, então, lançou uma campanha no GoFundMe para tentar cobrir os custos da crise.

Depois de duas semanas de espera, Elisabeth finalmente conseguiu fazer o procedimento. “Na minha papelada, está escrito aborto”, observou. A experiência a levou a tornar pública sua história, não apenas como forma de lidar com o luto, mas como um alerta: “Espero que algo de bom saia desta situação terrível. Que isso abra os olhos das pessoas. Isso está machucando as mulheres”.

Agora, com o procedimento realizado, Elisabeth começa a lidar com a perda de Enzo. “Meu pequeno. Finalmente consigo começar a lamentar a perda”, finalizou.

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