Brasileiras brilham na Olimpíada Europeia de Informática e conquistam ouro, prata e bronze

Três brasileiras se destacaram na Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (Egoi) 2024, realizada em Veldhoven, na Holanda, conquistando uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze. Esta edição do torneio marcou um avanço para o Brasil, que obteve um inédito quarto lugar na classificação geral.

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Maria Clara Fontes Silva, de 15 anos e natural de Aracaju, Sergipe, foi a grande vencedora da competição, levando a medalha de ouro. Aluna do nono ano do ensino fundamental, ela destacou a satisfação com a conquista e a experiência internacional. “Receber a medalha foi muito gratificante por ser um esforço reconhecido, e foi importante para que eu possa ver minha evolução nas competições de programação”, afirmou à Folha de S. Paulo.

Sofia Torres de Paula Cintra, também de 15 anos e no nono ano, conquistou a medalha de prata, enquanto Estela Baron Nakamura, de 17 anos e no terceiro ano do ensino médio, levou a medalha de bronze.

Estela, que já havia sido medalhista de bronze na edição de 2023 na Suécia, ressaltou a importância da competição para a sua trajetória. “A equipe brasileira ficou muito animada com o resultado. Poder participar e conversar com meninas do mundo inteiro tornou essa experiência única”, comentou.

Gabriela Barbieri Stroeh, de 16 anos, completou a delegação brasileira. O grupo se formou com base em resultados anteriores, como a Olimpíada Brasileira de Informática.

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A professora Juliana Freitag Borin, do Instituto de Computação da Unicamp, acompanhou as competidoras e destacou o objetivo da competição em criar um ambiente seguro para as participantes e promover a troca de experiências. “A ideia não é simplesmente buscar medalhas, mas também que essas meninas sirvam de modelo para atrair mais garotas para a área da computação”, explicou.

A Egoi 2024 contou com a participação de cerca de 200 meninas de 55 países. Durante o evento, as competidoras enfrentaram provas que testaram suas habilidades em algoritmos, estruturas de dados, lógica e matemática, além de participar de atividades práticas e palestras sobre oportunidades de carreira na tecnologia.

O evento também visa fortalecer a autoconfiança das participantes e encorajar mais garotas a seguir carreiras na ciência da computação. Estela Baron Nakamura ressaltou o impacto positivo da competição: “Além de fazer provas, tivemos palestras de patrocinadores e pudemos aprender sobre outras oportunidades e caminhos de carreira para o futuro.”

No Brasil, o Movimento Meninas Olímpicas (MMO), criado pelas irmãs Natalia e Mariana Groff em 2015, busca aumentar a participação feminina em olimpíadas de conhecimento. Mariana Groff foi medalhista de ouro na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas em 2019. O MMO, agora institucionalizado na UFSM e coordenado por Nara Bigolin, mãe das irmãs Groff, levanta dados sobre a sub-representação feminina em olimpíadas e em espaços de poder no Brasil. Nara Bigolin destaca a discrepância nas oportunidades oferecidas por diferentes olimpíadas, observando que “nas olimpíadas que dão acesso a universidades renomadas, a presença feminina é muito menor.”

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