Um cantor sobreviveu por 12 horas e 57 minutos sem fígado enquanto aguardava um segundo transplante, após o primeiro órgão transplantado falhar.
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O caso, ocorrido no Hospital das Clínicas, em São Paulo, foi registrado em um estudo conduzido por médicos da unidade.
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Durante o período da pesquisa (1º de fevereiro de 2020 a 1º de fevereiro de 2021), outros dois casos semelhantes ocorreram, mas apenas ele sobreviveu.
Os pacientes que passaram por uma hepatectomia completa — remoção total do fígado — antes de receberem um novo órgão foram monitorados.
Segundo o médico Rodolpho Augusto de Moura Pedro, um dos autores do estudo, a sobrevivência sem fígado é extremamente rara. “Não se sabe exatamente quanto tempo uma pessoa pode viver sem o órgão, mas a maioria dos relatos indica que 48 horas resultam em óbito.”
Durante o tempo sem o fígado, o paciente fica em coma induzido, respirando com ventilação mecânica e utilizando diálise renal para filtrar o sangue.
Experiência de quase morte
Nando Lopes, de 53 anos, cantor de Goiânia radicado em São Paulo, passou por essa situação extrema. Em 9 de janeiro de 2021, ele foi internado para um transplante de fígado, mas o órgão falhou quatro dias após a cirurgia, colocando sua vida em risco. Os médicos optaram por remover o fígado e aguardar um novo.
Durante as quase 13 horas sem o órgão, Nando relatou ter alucinações e uma experiência de quase morte (EQM). Ele se via fora de seu corpo e encontrou amigos falecidos. “Eu pensava: ‘O que estou fazendo aqui? Eles já morreram’. Parecia estar em um aeroporto, o que me deixou confuso.”
Finalmente, um novo fígado chegou do Nordeste, e ele foi submetido ao transplante com sucesso. Após um mês de internação, Nando se recuperou, e mesmo após contrair Covid, não apresentou sintomas. Hoje, ele pratica corrida e caminhada e continua sua carreira como cantor e produtor musical.
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