Jovem expõe desafios da maternidade com bipolaridade: “Como criar minha filha se não sei lidar com minha cabeça?”

Com mais de 4 milhões de seguidores, Isabelle Abreu, conhecida como Bel, compartilha momentos de sua vida familiar nas redes sociais. No entanto, recentemente, ela surpreendeu seus fãs ao revelar que convive há quase uma década com o transtorno afetivo bipolar (TAB), uma condição que afeta sua saúde mental e a forma como lida com a vida cotidiana.

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Em uma entrevista para Marie Claire, Bel, de 27 anos, descreveu a decisão de tornar público seu diagnóstico como difícil, mas necessária. “Sendo sincera, eu relutei muito contra o diagnóstico, porque tinha medo de não ter controle das minhas emoções. Uma das primeiras coisas que descobri é que não tem cura, por isso, me deu desespero”, desabafou. Para ela, falar abertamente sobre a condição foi uma maneira de enfrentar os estigmas e promover uma discussão sincera sobre saúde mental.

A influenciadora também destacou como a maternidade trouxe novos desafios à sua condição. Desde o nascimento de sua filha, Amelie, Bel passou a enfrentar julgamentos e dúvidas sobre sua capacidade de ser mãe: “Muita gente falava ‘como ela vai ser mãe tendo bipolaridade?’, porque existe esse pensamento. Eu também pensei nisso: como criaria minha filha, se não sei lidar nem com a minha cabeça?”.

Bel, que recebeu o diagnóstico de TAB aos 20 anos, lembrou da importância do acompanhamento psicológico e da medicação para controlar os sintomas. Mesmo assim, o receio de não estar bem durante a gravidez foi grande. “A primeira coisa que quis fazer foi buscar ajuda. Durante toda a minha gravidez eu fiz terapia, eu fazia dois encontros [por semana] só pra ficar estabilizada”, contou.

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Ela também relembrou um episódio durante a gestação em que sofreu uma crise e conversou com a filha ainda na barriga: “Na única vez que tive uma crise grávida, eu falava com a Amelie na minha barriga, falava para ela o que estava acontecendo, mas que estava tudo bem. Porque tinha medo de passar [a tristeza] para ela”.

Após o nascimento da filha, Bel se viu enfrentando não apenas as crises do transtorno bipolar, mas também uma sensação de culpa por não ter o controle total de suas emoções. “Fico me perguntando por que estou depressiva. Eu tenho uma filha com saúde e meu namorado é um pai presente. Isso faz com que eu me sinta culpada”, admitiu.

No entanto, a maternidade também trouxe uma nova força para a influenciadora: “Amelie é o combustível para poder lutar contra isso. No passado, eu não me dava a oportunidade de tentar sair da crise. Hoje, quero estar bem para criar ela, para ser a rede de apoio do Gabriel, porque somos os únicos na rede de apoio um do outro”.

Uma das maneiras que Bel encontrou para lidar com as dificuldades foi escrevendo cartas para a filha. Ela compartilha fragmentos dessas cartas com seus seguidores, usando-as como uma forma de expressão e conexão. Em uma das cartas publicadas no TikTok, ela escreve: “Você é como um sonho bom, que eu não quero que termine nunca. […] Confesso que não é fácil, mas eu te amo tanto que não consigo explicar. Te amo até meu último suspiro”.

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