AMOR DE MÃE: Libanesa grávida foge para o Iraque para dar a luz a bebê em segurança

Lubana Ismail é uma das milhares de libaneses que foram forçados a abandonar suas casas devido ao conflito em curso entre Israel e o Hezbollah. Perto do final de sua gravidez, Lubana entrou em trabalho de parto logo após fugir de sua aldeia no sul do Líbano com o marido e dois filhos. Sem conseguir atendimento adequado nos hospitais locais, ela e sua família precisaram viajar até o Iraque para garantir um parto seguro.

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Antes de conseguirem embarcar para Najaf, cidade iraquiana onde estão atualmente, Lubana buscou atendimento em hospitais de Beirute e Sídon, ambos lotados devido à crise. “Nenhum hospital me aceitou. Fomos mandados embora de todos os lugares, até que meu pai sugeriu que fôssemos para o Iraque”, contou Lubana à Reuters.

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Najaf, acostumada a receber milhões de peregrinos xiitas anualmente, tem infraestrutura para lidar com emergências médicas de estrangeiros. Segundo o Ministério do Interior do Iraque, cerca de 5.700 libaneses já buscaram refúgio no país.

O marido de Lubana, Fouad Youssef, relembrou os perigos enfrentados durante a fuga e lamentou a falta de perspectivas para o futuro. Atualmente hospedados em um hotel, ele se preocupa com o destino da família. “Durante nossos dois dias de deslocamento, tentei levar minha esposa a um hospital, mas todos estavam lotados devido ao alto número de feridos. Temos medo de que a guerra dure muito tempo. O que acontecerá com nossos filhos? Estávamos preparando-os para a escola, mas agora não há educação. Vamos ficar aqui? Vamos embora? Vamos voltar?”, desabafou.

O conflito tem causado um crescente número de deslocados no Líbano, com mais de um milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas, especialmente nas cidades ao sul do país, perto da fronteira com Israel. Esses moradores estão entre os mais afetados pelos ataques, como relatou o documentarista Gabriel Chaim, que está cobrindo a crise para o programa Estúdio i, da GloboNews.

Os bombardeios israelenses já resultaram em mais de 2.000 mortes, incluindo 127 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. Esse número já supera as mortes registradas durante a guerra do Líbano em 2006, quando Israel também invadiu o país para combater o Hezbollah.

Brasileiros também estão entre os deslocados, como uma família que residia em Marjaayoun, no sul do Líbano, e precisou se refugiar em Aley, uma cidade a 15 km de Beirute.

A crise de energia, que já era severa devido à instabilidade política e econômica do Líbano, se intensificou com o conflito, agravando ainda mais a situação da população local.

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