A vila turística de Jericoacoara, no Ceará, enfrenta uma polêmica em torno da propriedade da área. Iracema Correia São Tiago, uma empresária, apresentou documentos datados de 1983 que comprovam sua alegação de ser dona de 80% da região, que anteriormente era uma vila de pescadores.
A reivindicação de Iracema é baseada na compra dos terrenos feita por seu ex-marido, José Maria de Morais Machado. Após o divórcio em 1995, Iracema ficou com a posse das áreas, mas apenas em julho de 2023 decidiu reivindicar formalmente os terrenos. Em resposta, o Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) propôs que a área da vila continuasse sob a matrícula do estado, garantindo que os atuais moradores não precisassem deixar suas residências.
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A defesa de Iracema não aceitou a proposta do Idace, levando o instituto a encaminhar o caso à Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE-CE). O órgão, responsável por defender os interesses imobiliários do Ceará, emitiu um parecer que reconhece a legitimidade da escritura apresentada pela empresária. Após negociações, a PGE-CE fez uma contraproposta em que a mulher renunciaria a todas as terras ocupadas, permitindo que mais de 90% das áreas reivindicadas permanecessem com o estado.
Com isso, apenas os terrenos desocupados, que estão ainda no nome do Instituto, seriam transferidos para a posse de Iracema, reduzindo sua participação na área total da vila. Além disso, todas as vias e acessos locais teriam que ser preservados para garantir a continuidade das atividades do comércio e a permanência dos moradores.
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Embora um acordo tenha sido firmado, sua implementação está suspensa por um prazo de 20 dias, segundo informações da PGE-CE. O futuro da vila e de seus moradores permanece em aberto, enquanto as negociações seguem em andamento.
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