Bruno Nascimento, de 32 anos, enfrentou momentos de tensão com a família em Valência, na Espanha, durante a enchente que atingiu a região metropolitana na última terça-feira (29). No bairro de Aldaia, onde moravam, a água subiu rapidamente, chegando a 1,70 metro, obrigando os oito moradores da casa a se abrigarem em um depósito na parte mais alta da residência.
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“Estamos todos bem, mas perdemos tudo. A água da chuva escoou para a região onde vivíamos, perto de um canal de contenção. Foi desesperador”, relatou Bruno. Imagens mostram a destruição causada, com carros empilhados e lama por todos os lados.
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Bruno, carpinteiro, contou que chegou do trabalho por volta das 18h30 e estava com a esposa, Renata, de 26 anos, e a filha de seis meses, Cecília. Após colocar a bebê para dormir, a família recebeu alertas no celular sobre chuvas fortes, pedindo para que permanecessem em casa.
“Ainda não estava chovendo, mas minha mãe foi ver o canal e notou que estava cheio. Não nos preocupamos, pois ele foi projetado para isso. Em 15 minutos, a água começou a invadir a casa e a rua já estava alagada”, disse Bruno.
A família tentou por mais de uma hora remover a água com vasilhas, mas a situação piorou. Decidiram se abrigar no depósito ao perceberem que a porta da casa não resistiria. “Subimos alguns documentos, uma TV, um notebook e algumas roupas. Pegamos nossa filha e fomos para o depósito. Pouco depois, a porta cedeu e a água entrou. Nada restou, chegou a 1,70 metro”, contou.
Por volta das 22h, vizinhos os chamaram para passar para a casa deles pela janela do primeiro andar, em melhores condições. Bruno e a família ajudaram a resgatar vizinhos idosos, incluindo um homem acamado. No total, 16 pessoas se abrigaram na casa dos vizinhos.
“A água chegou ao topo da escada. Ninguém conseguiu dormir. Por volta das 3h, começou a baixar, e pela manhã vimos a destruição. O bairro está sem água e energia. Todo mundo perdeu tudo”, disse Bruno.
A mãe de Bruno vive na Espanha há 25 anos. A família foi acolhida por parentes e tenta se recuperar. Bruno, que viveu dos 11 aos 19 anos na Espanha e voltou há dois anos com a esposa, contou que supermercados locais estão vazios e houve saques. O exército foi acionado para ajudar na segurança.
“Estamos na casa do irmão do meu padrasto. Os vizinhos ainda estão lá, mas ninguém quer voltar. A reconstrução será longa”, concluiu Bruno.
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