No dia 16 de outubro, misteriosas bolas pretas apareceram em Coogee Beach, e, em poucas horas, já podiam ser vistas em outras praias icônicas de Sydney, como Bondi e Maroubra. Com o fechamento das praias e equipes de limpeza em ação, as esferas geraram intensos debates. Inicialmente, os testes do Conselho de Randwick apontaram para materiais derivados do petróleo, sugerindo que poderiam ser resíduos de alcatrão.
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No entanto, análises detalhadas revelaram uma origem inesperada – e desagradável. O que parecia ser um derramamento de óleo se mostrou um problema muito mais urbano.
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Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em parceria com agências ambientais, usaram avançadas técnicas de análise, como espectroscopia de ressonância magnética nuclear e datação por carbono-14, para examinar as bolas. Os resultados mostraram que apenas 30% do carbono era de origem fóssil. A maior parte da composição vinha de graxa, óleos e contaminantes presentes em esgoto.
Entre os elementos identificados estavam drogas recreativas como metanfetamina, contaminantes industriais (PFAS), medicamentos como losartana, e epicoprostanol, um marcador químico associado a fezes humanas. Além disso, foram detectados resíduos de THC e outros compostos provenientes de águas residuais e drenagem urbana.
O fenômeno conhecido como fatberg – grandes massas de gordura solidificada que entopem redes de esgoto – foi identificado como a causa principal. Provavelmente, um bloco de gordura se desprendeu e foi levado ao oceano após uma tempestade que sobrecarregou os sistemas de drenagem.
Testes confirmaram a presença de gorduras, óleos e moléculas de produtos como sabão e óleo de cozinha. Este evento destacou a fragilidade das costas urbanas: cerca de 28% das praias de Nova Gales do Sul enfrentam problemas de qualidade da água após chuvas fortes, devido ao despejo de esgoto não tratado.
Mais do que um incidente curioso, as bolas pretas são um alerta sobre a crescente poluição urbana que ameaça os ecossistemas marinhos. Enquanto o mistério foi resolvido, o evento reforça a necessidade de ações urgentes para melhorar o gerenciamento de resíduos e proteger as praias contra problemas de saúde pública. Afinal, não é preciso um derramamento de petróleo para causar danos ao ambiente marinho – a negligência diária já representa um grande risco.
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