Eduarda Lemes, de 23 anos, convive com acne severa desde os 9 anos e compartilha sua jornada nas redes sociais. Com mais de 100 mil seguidores no TikTok, ela utiliza a plataforma para desmistificar a acne e acolher pessoas que vivem desafios semelhantes.
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“No começo, estava com medo e não esperava essa proporção. Diariamente, recebo muitas mensagens, desabafos e pessoas compartilhando suas experiências com a acne. Sinto uma motivação para os outros e acho incrível. Na minha época, eu procurei por referências, mas não existiam”, disse Eduarda em entrevista à Marie Claire.
A acne começou na infância e progrediu para quadros severos na adolescência, afetando a autoestima da jovem. “A minha autoestima sempre foi baixíssima. Não gosto de tirar fotos com as minhas amigas e me encontrei a patinha feia da turma, essa é a verdade. Sei que é feio usar essa palavra, mas me senti um monstrinho”, revelou.
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Além da dor física, ela enfrentou diversas situações constrangedoras e bullying. “Doía na hora de lavar o rosto, dormir, até mesmo a água que caiu do chuveiro era incômoda e para abraçar alguém. Se eu andava pela casa e batia em alguma coisa, era terrível”, relatou. Eduarda também contou que tentava esconder as espinhas com o cabelo e evitava sair de casa: “Se a acne estava inflamada, eu não colocava os pés para fora. Ficava praticamente trancada em casa”.
“Sofri muito com comentários, tanto de pessoas mais velhas, que chegavam até mim dizendo que eu primeiro testaria essa ou aquela receita para melhorar as espinhas. Uma vez, falei que eu precisava orar, tomar suco integral de uva com inhame, e eu fiz, tentei de tudo. Já os adolescentes eram terríveis. Ouvi alguém falar que quem namorasse comigo, era uma pessoa corajosa, porque ninguém se relacionaria com uma pessoa suja. Fora isso, tiveram os apelidos: chokito, dragão, outros eram bem pesados“, completou.
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Com o apoio de um dermatologista, Eduarda iniciou tratamento com isotretinoína (roacutan), que trouxe resultados positivos. “Estou fazendo o tratamento com o roacutan, e tem uma mística por trás desse medicamento que assusta, mas estou me sentindo ótima. Na verdade, nunca me senti tão bem. Os resultados apareceram cedo. Agora que comecei, não quero parar. Claro que é um tratamento longo, eu não tenho previsão de alta e não sei quanto tempo pode durar. Ainda assim, fiquem com os cicatrizes, que serão tratados depois”, contou.
A jovem destacou a importância das redes sociais em seu processo de aceitação e recuperação da autoestima. “Quebrei o medo e me livrei do julgamento quando comecei a criar conteúdo. Antigamente, eu colocava diversos filtros nas minhas fotos, e tomei a iniciativa de mostrar o meu verdadeiro eu. O meu processo de autoestima foi iniciado antes do tratamento, assim que publiquei os primeiros vídeos, mas se intensificou agora que o roacutan está fazendo efeito. Me sinto uma mulherão, tenho confiança. Estou me achando, de fato, muito bonita”, declarou.
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