Embora a existência de Jesus como figura histórica seja amplamente aceita, a data de seu nascimento permanece incerta. Não há registros antigos que indiquem o dia exato de seu nascimento, e o 25 de dezembro, ao invés de ser uma invenção, é uma ressignificação de festividades pagãs. Esse é um dos principais argumentos usados por alguns cristãos para não celebrar o Natal, ao contrário da maioria dos católicos e protestantes, que consideram a data um momento religioso importante.
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De acordo com o sociólogo Edin Sued Abumanssur, professor da PUC-SP, a celebração do Natal varia entre diferentes denominações cristãs. Enquanto algumas igrejas evangélicas, como as pentecostais, celebram a data, outras, como os Adventistas do Sétimo Dia, não têm uma posição clara sobre o assunto. Em geral, os cristãos que não celebram o Natal costumam argumentar que a data tem origens pagãs ou que o nascimento de Jesus, que não é registrado nos evangelhos, não deveria ser celebrado.
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As Testemunhas de Jeová, por exemplo, justificam a não comemoração do Natal com base em passagens bíblicas, como o pedido de Jesus de que seus seguidores comemorassem sua morte, não seu nascimento. Eles também afirmam que o Natal tem raízes em rituais pagãos e não é aprovado por Deus. Cleberson Dias, filósofo e autor de um estudo sobre as Testemunhas de Jeová, explica que a origem não-cristã da data faz com que a celebração seja vista como inadequada, apesar da ressignificação histórica.
Dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a cofundadora Ellen G. White expressou em seus escritos críticas à celebração do Natal, sugerindo que Deus ocultou a data do nascimento de Jesus para que ela não recebesse maior honra do que a própria missão redentora de Cristo. White também criticou a pressão capitalista que envolve a troca de presentes, defendendo que a data poderia ser uma oportunidade para boas ações.
Algumas igrejas evangélicas mais conservadoras também recomendam que seus fiéis não celebrem o Natal, argumentando que a data foi transformada em um evento comercial que desvia o foco da religiosidade. No entanto, o teólogo Gerson Leite de Moraes, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, observa que, em geral, os cristãos comemoram o Natal, e que apenas um número menor de denominações o rejeita.
Esse debate sobre a celebração do Natal não é novo. Em 1644, os puritanos ingleses proibiram a festa, e a lei só foi revertida após a restauração de Charles 2º ao trono. Além disso, algumas igrejas cristãs, como a Igreja Ortodoxa, celebram o Natal em datas diferentes, como o 6 de janeiro, associando a data à visita dos Reis Magos. No entanto, a grande maioria dos cristãos, especialmente no Ocidente, celebra o 25 de dezembro como o dia de nascimento de Jesus
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