China enfrenta surto de novo vírus respiratório, mas especialistas descartam risco de pandemia

O aumento de casos de metapneumovírus humano (HMPV), um vírus respiratório que provoca sintomas gripais, tem chamado atenção no norte da China, especialmente entre crianças, conforme divulgado por autoridades de saúde. Apesar do crescimento de infecções, especialistas descartam a possibilidade de uma pandemia semelhante à da Covid-19.

O Centro de Controle de Doenças da China emitiu alertas sobre a importância de medidas de higiene e desmentiu rumores de hospitais superlotados. O órgão também reforçou que o vírus, descoberto em 2001 na Holanda, não é novo e pertence à mesma família do vírus respiratório-sincicial, comum em infecções respiratórias.

++ Avó de 90 anos chora ao receber boneca que sonhava em ter na infância

No Brasil, o HMPV foi registrado pela primeira vez em 2004 e apresenta circulação significativa, segundo o virologista Flavio Fonseca, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Estudos mostram uma prevalência variando de 19% até mais de 50%, dependendo da região, com circulação em várias partes do Brasil, do Nordeste ao Sul”, afirmou em entrevista à BBC.

Especialistas apontam que a população mundial já possui certa imunidade natural ao HMPV, o que diferencia sua propagação da do Sars-CoV-2, causador da Covid-19. “A Covid-19 era causada por um vírus novo, sem imunidade pré-existente, o que facilitou a propagação pandêmica. Isso não se aplica ao HMPV”, destacou o virologista.

Embora alguns casos graves sejam relatados, a maioria das infecções pelo HMPV se manifesta de forma leve, semelhante a resfriados ou infecções do trato respiratório superior. Pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos e imunossuprimidos, estão mais suscetíveis a complicações graves.

++ Mãe em cuidados paliativos dança com filho em casamento e vídeo viraliza

A situação na China levanta dúvidas sobre um possível aumento atípico de casos. “É necessário investigar se houve alguma mutação no vírus que tenha contribuído para o maior número de infecções. Até o momento, não há respostas conclusivas”, explicou.

O aumento das infecções, segundo especialistas, pode estar mais relacionado ao impacto da vigilância global após a pandemia de Covid-19 do que a um risco real de crise global. “Embora o surto exija investigação, não há evidências que apontem para um problema grave ou preocupante em escala mundial”, concluiu Fonseca.

Não deixe de curtir nossa página no Facebookno Twitter e também  no Instagram para mais notícias do 111Next.