O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a retenção de seu passaporte, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não o impede de deixar o Brasil. A declaração foi dada durante uma entrevista ao canal AuriVerde Brasil, no YouTube, nesta segunda-feira (20). Bolsonaro criticou a decisão do ministro e destacou que qualquer pessoa pode sair do país, independentemente de ser alvo de investigação.
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“Eu não sou réu, pô. ‘Ah, pode fugir’. Eu posso fugir agora. Qualquer um pode fugir”, disse Bolsonaro ao comentar a decisão judicial que o impede de viajar para fora do país. A fala ocorre após o STF manter a retenção de seu passaporte e negar o pedido para que o ex-presidente acompanhasse a posse de Donald Trump nos Estados Unidos.
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Entenda o caso
No início de 2024, a Polícia Federal apreendeu o passaporte de Bolsonaro em meio a investigações sobre supostas tentativas de golpe de Estado com o objetivo de mantê-lo no poder. Desde então, ele enfrenta restrições para viajar ao exterior. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes negou um novo pedido do ex-presidente para recuperar o documento e autorizá-lo a participar da posse de Trump. Apesar disso, Bolsonaro reiterou que recebeu um convite oficial do ex-presidente norte-americano, classificando como “fake news” as informações de que ele não teria sido convidado.
Sem a possibilidade de viajar, Bolsonaro foi representado no evento por sua esposa, Michelle Bolsonaro, e pelo filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em entrevista, o ex-presidente comentou sobre o momento de despedida com Michelle antes de sua partida para os Estados Unidos. “Queria estar ao lado dela. Por isso, a gente chora. Ou eu sou uma máquina? Eu tenho as minhas fraquezas”, desabafou.
Repercussão e críticas
Além de negar o pedido de Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF um parecer contrário à devolução do passaporte. Para a PGR, as restrições impostas ao ex-presidente estão alinhadas com o andamento das investigações. Bolsonaro, por sua vez, continua criticando a decisão e destacando sua indignação com a repercussão internacional do caso. “A imprensa do mundo todo está divulgando que eu fui proibido de ir para lá por uma decisão de um juiz”, afirmou.
Enquanto a situação do ex-presidente segue sendo analisada pela Justiça, os desdobramentos do caso continuam a gerar debate político no Brasil e no exterior
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