Congelamento de câncer de mama é testada com 100% de eficácia em hospital público brasileiro

A técnica de congelamento de células cancerígenas, chamada crioablação, foi testada com 100% de eficácia na fase inicial para tumores de até 2 cm na rede pública brasileira. O estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) marca a primeira aplicação da técnica na América Latina. A técnica, que já é utilizada em países como Estados Unidos e Israel, pode ser uma alternativa à cirurgia convencional.

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A crioablação, procedimento realizado com anestesia local, usa uma agulha para introduzir nitrogênio líquido, atingindo temperaturas extremamente baixas de até -150°C para destruir o tumor. O professor Afonso Nazário, chefe das Disciplinas de Mastologia da Unifesp, explicou o funcionamento do procedimento: “É destruir o tumor pelo frio. É inserida uma agulha por ultrassom, com anestesia local e sem internar paciente, nem nada. Essa sonda, na pontinha dela, quando liga o aparelho, a temperatura consegue chegar a -140, -150 graus. Nessa temperatura super baixa, a gente acredita que nenhuma célula humana resista. Ela morre”.

O estudo inicial da Unifesp envolveu mulheres com tumores de até 2,5 cm e que já seriam operadas. A crioablação foi realizada duas a três semanas antes da cirurgia planejada. Após o procedimento, os resultados mostraram que, nos casos de câncer de mama com tumores de até 2 cm, a destruição do tumor foi total, em 100% dos casos. “Nosso limite para dizer que o método é seguro é até 2 centímetros”, afirmou Nazário.

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Agora, um novo estudo será conduzido para avaliar se a crioablação pode substituir a cirurgia convencional para tumores de até 2 cm. Segundo o professor, “no final do estudo, a gente vai envolver 15 centros de mastologia aqui dentro do estado. Vão ser 350 pacientes que a gente vai fazer a crioablação e não terá mais. Porque a gente já sabe que é eficiente o método. Comparando com 350 pacientes que a gente vai fazer o tratamento convencional, que é a cirurgia. E a gente vai comparar se o braço da crioablação é tão eficiente quanto o da cirurgia. Vamos começar em 2025 e o plano é finalizar em 2027”.

A crioablação já tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) ou nos planos de saúde privados, uma vez que não está incluída no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O novo estudo realizado pela Unifesp pode ajudar a incluir o tratamento no rol da ANS, tornando-o acessível à população.

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