O estudante Guilherme Isaque de Souza Ferreira, de 18 anos, foi aprovado no curso de ciências sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O jovem, que tem paralisia cerebral, celebrou a conquista correndo pela casa e gritando de felicidade. A mãe registrou o momento em vídeo, que teve mais de 400 mil curtidas nas redes sociais.
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A escolha do curso foi motivada pelo interesse de Guilherme nas lutas sociais e na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. “A minha intenção é ajudar os PCDs [pessoas com deficiência] na questão de políticas públicas porque eu vejo muitos problemas na cidade, tanto na infraestrutura quanto no mal preparo em vários setores”, disse.
O resultado do Sisu, inicialmente previsto para o dia 26 de janeiro, foi divulgado com um dia de atraso, aumentando a ansiedade do estudante. “Mal consegui dormir e fiquei o tempo todo no celular. Quando vi meu nome, achei que era fake news. Quase enfartei!”, contou.
No momento da descoberta, sua mãe, Zilmar Lima de Souza Ferreira, estava em casa e ouviu os gritos do filho. “Ele saiu correndo e, como tem dificuldade para descer a escada, tive que correr atrás para ele não cair. Na hora pensei: deixa eu registrar esse momento, meu Deus, que alegria desse menino, e filmei um pedacinho”, disse.
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A notícia emocionou toda a família. O pai, estoquista de 53 anos, ficou sem reação. “Ficou sentado no sofá, nem conseguiu levantar, ficou sem forças nas pernas”, contou Zilmar.
A aprovação também trouxe desafios. Guilherme quer morar sozinho para estudar, e a família agora avalia a estrutura da UFSCar para entender o suporte que ele poderá ter na nova cidade. “Ele é um jovem que desafia os seus limites e nada paralisa ele. Então estamos aqui para dar todo o suporte para ele conquistar o sonho dele”, afirmou a mãe.
A trajetória de Guilherme começou com dificuldades. Ele nasceu após um parto complicado e enfrentou um longo processo de recuperação. A reabilitação na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foi fundamental para seu desenvolvimento. “Os médicos falaram: mãe, vamos tentar reabilitar esse menino. Não sabemos se um dia vai andar, falar, mas vamos começar o processo. Pelo menos de engatinhar e sentar em uma cadeira de rodas”, lembrou Zilmar.
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