Entenda como a polícia identificou o suspeito do furto de obras sacras em igreja histórica de SP

A Polícia Civil de São Paulo investiga o furto de obras sacras em igrejas históricas da capital paulista. A Igreja Nossa Senhora do Carmo, localizada no centro da cidade, denunciou que um ex-funcionário teria subtraído peças de valor histórico para vendê-las no mercado clandestino.

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A suspeita surgiu quando funcionários da igreja perceberam a falta de um crucifixo de prata maciça, peça de alto valor histórico e financeiro. Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito retirando quadros e outros objetos de salas do templo e colocando-os no porta-malas do carro.

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Na tarde de quarta-feira (26), policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão no apartamento do ex-funcionário, no centro de São Paulo. No local, foram encontrados mantos, quadros, ornamentos e duas bíblias em latim sem documentação, possivelmente anteriores ao século 18.

O professor Mateus Rosada, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em arte sacra, analisou imagens das peças e identificou características que remetem a escolas artísticas do Equador e do Brasil colonial. Algumas delas também possuem traços similares a ornamentos de basílicas históricas de Cusco, no Peru.

O suspeito foi levado à delegacia e, em depoimento, alegou que os itens são heranças e aquisições feitas em antiquários. Entretanto, a investigação aponta que ele já trabalhou em diversas igrejas históricas da cidade.

Na sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) autorizou a quebra do sigilo dos dados do celular do suspeito. Análises preliminares revelaram trocas de mensagens com possíveis compradores das obras furtadas.

A Polícia Civil acionou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para acompanhar o caso. A Igreja da Ordem Terceira do Carmo declarou que está colaborando com as autoridades e aguarda a conclusão das investigações.

A Igreja Nossa Senhora do Carmo, fundada em 1594 pelos Carmelitas, é um dos templos históricos mais tradicionais de São Paulo. Sua arquitetura colonial abriga obras do Padre Jesuíno do Monte Carmelo e pinturas remanescentes da Capela do Recolhimento de Santa Tereza. O prédio foi oficialmente inaugurado em 1676 e tombado pelo governo estadual em 2021.

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