Homem larga tudo, compra ilha e enche de animais e árvores para evitar extinção

Em 1962, o britânico Brendon Grimshaw, então com 37 anos, decidiu abandonar a rotina como editor de jornal na África Oriental para iniciar um projeto de vida inusitado: transformar uma ilha desabitada em um santuário ecológico. Durante uma viagem às Seychelles, no Oceano Índico, Grimshaw conheceu Moyenne, uma ilha de apenas 800 metros de largura, e a comprou por 8 mil libras esterlinas — valor equivalente a cerca de R$ 24 mil na época.

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A ilha, até então abandonada, não contava com estrutura básica, espécies nativas preservadas ou qualquer sinal de conservação. Ao longo de mais de quatro décadas, Grimshaw trabalhou pessoalmente para reflorestar a área e recuperar o ecossistema local. Segundo registros de visitantes e reportagens da época, ele plantou mais de 16 mil árvores e reintroduziu centenas de aves e cerca de 120 tartarugas gigantes, espécie que enfrentava risco de extinção nas ilhas do arquipélago.

A iniciativa foi realizada sem apoio de organizações ambientais ou financiamento público. Ao lado de René Antoine Lafortune, morador das Seychelles, Grimshaw abriu trilhas, limpou terrenos cobertos por vegetação e iniciou um processo contínuo de restauração ambiental. A dupla se dedicou a criar um ambiente equilibrado, propício à reprodução e preservação da fauna e flora locais.

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Grimshaw vivia sozinho na ilha, mas recebia visitas constantes de pesquisadores, turistas e jornalistas. O local ganhou destaque em veículos internacionais como a BBC, que o descreveu como uma espécie de “Robinson Crusoé moderno”, por sua decisão de viver isolado em nome da preservação ambiental.

A história do britânico é considerada um marco da conservação individual. Em vida, Grimshaw expressava o desejo de manter a ilha como um patrimônio natural acessível às futuras gerações. “Este é o lugar que eu estava procurando. Queria preservar uma mini-Seychelles, como eram as ilhas antes da chegada dos turistas”, disse em entrevista.

Brendon Grimshaw morreu em 2012, aos 87 anos. Após sua morte, a Ilha Moyenne foi transformada oficialmente no Parque Nacional da Ilha Moyenne, o menor parque nacional do mundo em extensão territorial. A gestão do espaço garante a proteção contínua da biodiversidade local e mantém aberto o acesso à população e a pesquisadores.

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