Artista faz móveis com bolas de tênis que levariam 400 anos para se decompor

O que você faz com uma bola de tênis após ela perder sua pressão? Para a eco designer belga Mathilde Wittock, a resposta vai além de simplesmente descartar. Transformar o lixo em arte é a especialidade dele, que encontrou nas bolas de tênis um material perfeito para criar móveis elegantes e sustentáveis. Com uma proposta inovadora, suas criações não só destacam o impacto ambiental causado pelo descarte das bolas, mas também trazem uma nova estética ao design de interiores.

++ Após resgate de caverna em 2018, treinador de futebol enfrenta novo encalhe em inundação na Tailândia

Em entrevista à CNN, Wittock, que jogou tênis durante boa parte da sua vida, revelou sempre ter se incomodado com a curta vida útil das bolas. Elas são produzidas em um processo longo e complexo, mas, na prática, duram apenas alguns jogos antes de serem descartadas. Estima-se que 300 milhões de bolas de tênis sejam produzidas anualmente, sendo que a maioria acaba em aterros, onde levam cerca de 400 anos para se decompor.

Pensando nisso, desenvolveu uma técnica para reaproveitar o material. Em suas obras, como chaise longues e bancos, cada peça é composta por centenas de bolas de tênis, cortadas e tingidas à mão, transformando o que seria lixo em itens de luxo. Uma de suas cadeiras, por exemplo, utiliza cerca de 500 bolas e é vendida por US$ 2.900.

++ Adolescente morre na Índia após médico realizar cirurgia assistindo a tutorial no YouTube

Mathilde iniciou sua jornada durante seus estudos na escola de arte Central Saint Martins, em Londres, onde se aprofundou no conceito de ecodesign. Foi lá que ela começou a questionar a origem dos materiais e a dificuldade em rastrear seu ciclo de vida. A ideia de trabalhar com bolas de tênis veio após perceber o desperdício massivo no esporte.

Ela recebeu as primeiras doações de clubes locais, mas seu projeto cresceu rapidamente. Hoje, Wittock colabora com a Federação da Valônia, em Bruxelas, que lhe fornece um estoque constante de cerca de 100 mil bolas de tênis descartadas, garantindo material para meses de produção.

Mas Wittock vai além da criação estética. O conceito de circularidade é central em seu trabalho. Seus móveis são projetados para serem desmontados e reciclados no final de sua vida útil. As bolas de tênis, que não são coladas, podem ser separadas facilmente. O feltro das bolas é queimado, enquanto a borracha é triturada e reutilizada, por exemplo, em tapetes de playground.

“Sou uma designer ecológica. O design ecológico tem a ver com circularidade. Você pode usar ótimos materiais com baixa emissão de carbono ou reciclados, mas precisa pensar no ciclo final. Se não for um círculo e se você não puder reutilizar [os elementos] em outra coisa, não é design ecológico”, explicou.

Não deixe de curtir nossa página no Facebookno Twitter e também  no Instagram para mais notícias do 111Next