Após 32 anos de busca, Li Jingzhi reencontrou o filho sequestrado, Mao Yin, em uma história que comoveu a China. O menino foi levado quando tinha apenas dois anos e oito meses, em 1988, e só foi localizado em 2020 graças a um teste de DNA. Durante todos esses anos, a mãe viajou por dezenas de cidades, distribuiu folhetos, enfrentou pistas falsas e guardou uma única certeza: não desistiria.
“Ele tinha cerca de um ano e meio na época. Eu levei ele ao zoológico de Xi’an. Ele viu uma minhoca no chão. Ele era muito curioso e apontava para a minhoca dizendo: ‘Mamãe, minhoca’. E quando saíamos do zoológico, ele tinha a minhoca na mão e a colocava na frente do meu rosto”, lembra Jingzhi à BBC.
O sequestro aconteceu quando o pai de Mao Yin parou para buscar água em um hotel. “Nosso líder disse em uma frase: ‘Seu filho desapareceu’. Minha mente ficou em branco. Eu imaginei que talvez ele tivesse se perdido. Não ocorreu para mim que eu não seria capaz de encontrá-lo”, conta.
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Determinação foi o que manteve a mãe firme. “Meu coração doía… Eu queria berrar. Eu sentia como se meu coração tivesse se esvaziado”, recorda. Em quase todas as noites, sonhava com o filho chamando por ela: “Eu sentia como se meu coração tivesse se esvaziado. Às vezes, eu ouvia a voz dele, chorando ‘mamãe, mamãe!’”.
Mesmo sem pistas concretas, ela não desistiu. “Eu me perguntava: ‘Por que não poderia ser meu filho?’ Mas quando via os outros pais abraçando seus filhos, ficava feliz por eles. Também senti que se eles pudessem ter esse dia, eu definitivamente também poderia ter esse dia. Eu me senti esperançosa de que um dia meu filho voltasse para mim”, diz.
A virada aconteceu em maio de 2020, quando um exame de DNA confirmou a identidade do filho. “Não ousei acreditar que fosse real. oi quando obtive os resultados do DNA que realmente acreditei que meu filho havia sido encontrado”, afirma.
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Antes do abraço, Jingzhi ainda tinha receios: “Eu estava com muito medo de que quando eu fosse abraçar meu filho, ele não aceitaria meu abraço. Eu senti que isso me faria sentir ainda mais magoada, que o filho que eu procurava há 32 anos não aceitaria o amor e o abraço que eu dou a ele”.
No entanto, quando Mao Yin entrou na sala do Departamento de Segurança Pública de Xi’an, tudo mudou. Ele correu para os braços dela, gritando “Mãe!”. “Era exatamente assim que ele costumava correr em minha direção quando criança”, relembra Jingzhi.
Hoje, mesmo que o filho tenha formado a própria família, a mãe se contenta em manter contato diário com ele. “Ele é um adulto agora. Ele tem sua própria maneira de pensar, tem sua própria vida… Eu sei onde meu filho está. Eu sei que ele ainda está vivo. Isso é o suficiente”, declara.
A história de Li Jingzhi virou símbolo de esperança para outras famílias. “Vou continuar a ajudar as pessoas a encontrar suas famílias”, promete. E depois de tanto tempo, resume tudo o que sentiu em uma frase: “Esperei 32 anos por este abraço”.
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