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Personal é impedida de usar banheiro feminino após ser confundida com mulher trans: “Fiquei com medo”

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A personal trainer Kely da Silva Moraes, de 45 anos, ainda está abalada após ter sido impedida de usar o banheiro feminino em uma academia no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Mesmo sendo mulher cisgênero, Kely contou que já sofreu várias situações de transfobia e violência.

“Não consegui sair para trabalhar. Botei a roupa, mas, quando foi para sair de casa, não consegui, fiquei com medo. Já tive síndrome do pânico, olho para minha farda e fico tremendo. Não sei. Hoje o que vai me salvar de novo é voltar a treinar. E eu tenho que passar por cima disso”, disse ela ao g1, ao relembrar o que ocorreu na noite de segunda-feira (26).

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O medo que viveu dessa vez trouxe à tona memórias de outros episódios em que ela também foi hostilizada por conta de preconceito. Um dos primeiros foi no carnaval, quase 30 anos atrás, quando acompanhava um trio elétrico no bloco Cabeça de Touro, no Engenho do Meio. “Sou muito reativa, é uma defesa minha. Sei que não é certo, mas, se você mostrar fraqueza, eles batem em você de verdade. ‘Peitei’, e ele puxou a arma para mim. Saí por dentro da multidão. […] Quando terminou o bloco, fui à parada de ônibus. Ele estava num bar e, no caminho que passei, passava por esse bar. […] Quando estava na parada, ele chegou com a arma, ‘botou’ no meu rosto e disse: ‘você é muito afoita. Se quisesse lhe matar agora, ninguém ia ver’. E foi embora”, contou.

Kely, que é mãe de uma jovem de 26 anos e avó de um menino de 7, começou a treinar fisiculturismo após a depressão pós-parto que enfrentou aos 19 anos. Moradora de Poços de Caldas (MG), ela diz que, desde que passou a se dedicar à musculação, enfrentou olhares de desconfiança e comentários agressivos sobre sua identidade de gênero.

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Teve um episódio marcante numa festa de pagode, quando foi agredida fisicamente por um homem que a chamou de “frango safado” e ainda a ameaçou com uma arma. “Perguntei a ele o que era. Ele veio se aproximando. Eu estava com medo, mas sem querer mostrar. Fiquei arrodeando a caixa [de cerveja]. E ele: ‘que nada, frango safado! Tu merece apanhar’. Eu disse: ‘Pois vem tu dar’. Minha amiga fez assim: ‘Kely, pelo amor de Deus!’. Quando olhei para ela, ele deu a tapa. Ele também apontou uma arma para mim. Saímos correndo, eu e minha amiga […]. Ele disse que não ia me matar, ia atirar no meu joelho e me deixar aleijada”, relatou.

Mais recentemente, há cerca de três anos, Kely conta que foi humilhada durante um evento religioso na igreja que frequentava. “Não sei se era pastor ou convidado, porque todos os convidados davam uma palavra. E ele estava lá. Tinha ganhado uma Bíblia de estudo, o que era um sonho meu. Até pensei em parar a faculdade de educação física e fazer teologia […]. Eu lá, orando de cabeça baixa, e ele começa a falar, a dizer que eu era um homem, que eu estava travestida”, disse.

Ela ainda lamenta que ninguém tenha a defendido. “Ninguém se levantou para dizer: ‘você está errado’. Ninguém. Fui humilhada […] Vim para casa, passei uma semana. Não fui para a faculdade, não fui para a igreja, não conseguia nem comer”, afirmou.

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Natural de Roda de Fogo, onde mora até hoje, Kely encontrou no fisiculturismo uma forma de se reerguer. Após anos trabalhando como cabeleireira e dando aulas de dança, ela se formou em educação física em 2022. Durante a pandemia, treinou duro para competir, mas não conseguiu por falta de recursos e pelo adiamento das provas. “Vivi a vida de atleta. As vezes que tentei competir não deram certo por conta do financeiro, suplementos. O próprio biquíni é muito caro. Quando cheguei perto, foi antes da pandemia. Ia competir mesmo, ia subir no palco, estava com o físico preparado. E até pessoas de fora, que conhecem minha história, me ajudaram. Aí veio a pandemia”, explicou.

Hoje, trabalha como personal trainer. Mas desde o episódio recente na Selfit, ela confessa que a volta à rotina está sendo difícil. “Quando aconteceu aquilo, só pensava no meu trabalho, que eu não podia me queimar ali, que as pessoas tinham que ver que não fui eu que estava discutindo com elas, foram elas que estavam discutindo comigo, para que não viesse a atrapalhar meu trabalho. Se eu perder isso, não sei mais o que fazer da minha vida. Não é questão de não saber outra profissão. É porque isso salvou minha vida”, desabafou.

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