Um mistério tomou conta do mundo do funk nesta sexta-feira (30/5): diversas músicas de MC Poze do Rodo desapareceram do catálogo do Spotify sem explicação oficial. As faixas, que faziam referências diretas ao Comando Vermelho e a territórios dominados pela facção, não estão mais disponíveis na plataforma de streaming. Procurado pelo portal Metrópoles, o Spotify negou ser responsável pela exclusão e afirmou desconhecer os motivos da remoção.
O desaparecimento das músicas ocorre um dia após a prisão de Poze, na quinta-feira (29/5), sob acusação de apologia ao crime e envolvimento com organização criminosa. A coincidência temporal levanta suspeitas de que a retirada das faixas possa estar relacionada à sua detenção e ao conteúdo das letras.
Embora o Spotify não tenha assumido a autoria da exclusão, a empresa ressaltou que não apenas ela, mas também o próprio artista, produtores, gravadoras ou distribuidores podem solicitar a remoção de músicas. Além disso, faixas podem ser retiradas do ar caso recebam um número elevado de denúncias de usuários por violar as diretrizes da plataforma.
A situação de MC Poze do Rodo se agrava com outras revelações recentes. Em audiência de custódia, a Justiça manteve sua prisão, e ele foi transferido para uma ala destinada a detentos com vínculos com a facção Comando Vermelho, após admitir ligação com o grupo. O funkeiro também é investigado por supostos crimes de tortura e cárcere privado no Rio de Janeiro.
Enquanto isso, o caso tem gerado grande repercussão no meio artístico. O também funkeiro Oruam lançou uma música em apoio a Poze, pedindo sua liberdade e declarando que “MC não é bandido”.
O desaparecimento das músicas de Poze do Rodo do Spotify levanta questionamentos sobre os limites entre arte, liberdade de expressão e apologia ao crime, além de evidenciar como plataformas digitais estão cada vez mais envolvidas em decisões de impacto social e legal.