O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar nesta quarta-feira (4/6) um tema que pode transformar completamente a forma como as redes sociais e plataformas digitais operam no Brasil. Em pauta está a constitucionalidade do polêmico Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que atualmente protege as plataformas de serem responsabilizadas por conteúdos postados por usuários — exceto quando descumprem ordem judicial para remover publicações.
O julgamento, iniciado em dezembro de 2024, foi suspenso após pedido de vista do ministro André Mendonça. Agora, com a retomada, sete ministros ainda precisam votar. Até o momento, os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux já se posicionaram contra o artigo, considerando-o inconstitucional.
A decisão do STF pode abrir caminho para que empresas como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube passem a ser responsabilizadas civilmente por conteúdos ofensivos, falsos ou ilegais publicados por terceiros, mesmo sem decisão judicial prévia. Isso levanta um debate acalorado entre garantir a liberdade de expressão e a necessidade de combater desinformação, discurso de ódio e outros abusos online.
O julgamento é considerado histórico e pode representar uma mudança de paradigma na regulação da internet no país. Especialistas apontam que, se o Artigo 19 for derrubado, as plataformas terão que investir ainda mais em moderação de conteúdo, o que pode impactar desde a velocidade de disseminação de informações até a própria dinâmica das redes sociais.
O resultado também pode influenciar o cenário político e jurídico, pois o Marco Civil da Internet é visto como uma das legislações mais modernas do mundo em termos de liberdade digital. A expectativa é que o julgamento gere repercussão nacional e internacional, atraindo a atenção de empresas de tecnologia, juristas e defensores de direitos digitais.