A deputada federal Carla Zambelli (PL/SP) está no centro de uma nova crise política e jurídica. Após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento em um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a parlamentar deixou o Brasil e agora enfrenta um pedido de prisão preventiva.
O deputado Lindbergh Farias (PT/RJ), líder do PT na Câmara, apresentou uma petição à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a prisão imediata de Zambelli. Segundo ele, a atitude da deputada representa uma ameaça à ordem constitucional e à soberania nacional. A petição ainda pede que seu nome seja incluído na lista vermelha da Interpol e que se inicie o processo de extradição com base em tratados internacionais.
Zambelli, que atualmente se encontra nos Estados Unidos e planeja se estabelecer na Itália, alega que, por ter cidadania italiana, não pode ser deportada. Em suas redes sociais, ela classificou sua saída como um ato de “resistência” e anunciou que pedirá licença não remunerada do mandato. A parlamentar também passou a pedir doações via Pix aos seus seguidores, o que levantou suspeitas e resultou em um pedido de bloqueio dessas transferências.
A condenação de Zambelli está ligada à invasão do sistema do CNJ, em janeiro de 2023, em que foi criado um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela ação, afirmou ter recebido orientações e pagamentos da deputada, além de um texto pronto para ser inserido no sistema.
A defesa de Zambelli recorreu da decisão, alegando cerceamento de defesa e falta de acesso a documentos essenciais. Mesmo assim, a condenação foi mantida e a perda de mandato deve ser confirmada após o trânsito em julgado.
O caso levanta questões sobre a impunidade, uso de estruturas internacionais para escapar da Justiça e os limites da imunidade parlamentar. Resta saber se o Estado brasileiro conseguirá efetivar a punição ou se Zambelli conseguirá se blindar no exterior.