A Polícia Federal ouviu nesta quinta-feira (5/6) o ex-presidente Jair Bolsonaro em um inquérito que promete estremecer os bastidores da política brasileira. A investigação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos em ações que teriam como alvo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PGR, há indícios de que Jair Bolsonaro tenha se beneficiado diretamente das movimentações do filho no exterior. Eduardo, que está morando nos EUA desde março, é suspeito de tentar influenciar autoridades americanas — especialmente aliados do ex-presidente Donald Trump — para que impusessem sanções contra membros do STF. Além disso, o ex-presidente teria financiado a estadia do filho no país, o que levanta a suspeita de envolvimento direto nas articulações.
Eduardo Bolsonaro está sendo investigado por três crimes graves: coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito — este último com pena de até 8 anos de prisão. A oitiva de Jair Bolsonaro visa esclarecer se ele teve participação ativa nessas ações ou se apenas apoiou financeiramente.
Em sua defesa, Eduardo rebateu as acusações e questionou o que considera um tratamento desigual. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele comparou suas ações às de adversários políticos que, durante o governo Bolsonaro, também buscaram apoio internacional em nome da democracia. “Por que eles podem e eu não?”, questiona o deputado licenciado, insinuando perseguição política.
O caso ainda envolverá o depoimento de diplomatas brasileiros e parlamentares como Lindbergh Farias (PT-RJ), que solicitou uma investigação formal na Câmara. A trama, que mistura política, relações internacionais e acusações de golpe, promete novos desdobramentos e pode impactar diretamente os planos de Bolsonaro para 2026.