Inspirada na trama do remake de “Vale Tudo”, onde a personagem Leila Catanhede (Carolina Dieckmann) vive um relacionamento desconfortável com seu chefe Renato Filipelli (João Vicente de Castro), a reportagem do portal LeoDias mergulha em uma questão polêmica: é permitido se envolver amorosamente com colegas ou superiores no ambiente de trabalho?
De acordo com a Dra. Rebeca Chagas da Cruz Gonçalves, especialista em Direito Societário e Compliance, a resposta é sim. Não existe nenhuma lei que proíba relacionamentos amorosos entre funcionários de uma mesma empresa. A Constituição Federal garante o direito à privacidade e à intimidade, o que impede que as lideranças interfiram diretamente na vida pessoal dos colaboradores.
No entanto, a especialista alerta para o bom senso. Embora não exista proibição legal, as empresas podem estabelecer regras de convivência com o objetivo de preservar o ambiente organizacional e evitar conflitos que prejudiquem o desempenho da equipe. A transparência e a confiança são fundamentais para que a relação pessoal não afete negativamente a profissional.
A especialista também reforça que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não prevê demissão por justa causa em casos de envolvimento amoroso, mas ressalta que atitudes inadequadas no ambiente corporativo — como demonstrações públicas de afeto ou favorecimento — podem levar a conflitos e até ao desligamento.
Para evitar problemas, a recomendação é clara: mantenha a discrição, respeite as normas internas da empresa e evite misturar as emoções com as obrigações profissionais. Em especial, quando há relação de hierarquia entre os envolvidos, o cuidado deve ser redobrado, pois o favoritismo pode gerar desconforto e desconfiança entre os demais colegas.
Ou seja, apesar de permitido, namorar no trabalho exige maturidade, responsabilidade e, acima de tudo, profissionalismo. Afinal, o que começa como romance pode terminar em demissão.