O rapper Oruam, filho do notório Marcinho VP, integrante do Comando Vermelho, se pronunciou nesta sexta-feira (6/6) após a grife brasileira Osklen deletar uma publicação nas redes sociais que o exaltava como capa da revista britânica Dazed. O artista afirmou que a remoção foi motivada por ataques racistas e comentários que o associavam ao tráfico, devido à sua origem familiar.
Oruam usava uma peça da Osklen na imagem da capa, e a repercussão negativa teria levado a marca a apagar a postagem. Em vídeo publicado em seu Instagram, o cantor rebateu as críticas, dizendo que muitos questionaram seu merecimento de representar o Brasil em uma revista internacional. “Pra mim isso é o racismo estampado na sociedade que muita gente não vê”, afirmou.
Ele também destacou que sua imagem é constantemente ligada ao passado de seu pai, preso há mais de 20 anos, mas reforçou que sua trajetória na música é independente dessa herança. “Vocês querendo ou não, represento o Brasil. Uma criança quando olha pro Oruam, ela quer usar o que eu uso. Isso é representatividade”, declarou.
O artista lamentou a decisão da Osklen, mas disse entender a pressão que a marca sofreu. “Muita gente estava associando as marcas ao Comando Vermelho… O racismo estampado. Sou artista. Sou cantor. Vivo da minha música. Isso que vocês não entendem”, desabafou.
O episódio reacende o debate sobre racismo estrutural e julgamentos baseados em estereótipos, especialmente quando figuras negras ganham destaque em espaços tradicionalmente elitizados. Oruam, mesmo sendo alvo de críticas, se posiciona como símbolo de resistência e representatividade, defendendo seu lugar de fala e sua conquista na cena cultural internacional.