A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu mais uma etapa crucial da ação penal que apura a suposta tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, apontados como o núcleo central da trama pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foram interrogados durante dois dias intensos de sessões presididas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Durante os depoimentos, todos os acusados negaram envolvimento em qualquer plano golpista e rebateram as acusações da PGR, que os imputa crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio público. Moraes declarou encerrada a fase de instrução da Ação Penal 2668, e agora defesa e acusação têm cinco dias para solicitar esclarecimentos antes de apresentarem suas alegações finais.
Entre os réus estão figuras de alto escalão do governo Bolsonaro, como Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-GSI), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Braga Netto (ex-ministro e único preso até o momento), e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos. A PGR sustenta que Bolsonaro liderou o grupo, organizando ações para desacreditar o sistema eleitoral e permanecer no poder.
O julgamento final ainda não tem data marcada. Com o recesso do STF em julho, é provável que ocorra apenas a partir de agosto. Até lá, o destino jurídico de Bolsonaro e seus aliados permanece incerto, alimentando expectativas e especulações sobre possíveis condenações ou absolvições.