Joyce Brito passou por uma experiência que desafia a lógica médica. Moradora de Manaus e mãe de dois filhos, ela sofreu um AVC hemorrágico enquanto trabalhava, na véspera do Natal, e ficou 23 dias em coma profundo, sendo quatro deles diagnosticada com morte cerebral, com todos os órgãos entrando em falência. A história ganhou repercussão nas redes sociais depois que começou a compartilhar, em vídeos, o que diz ter visto e sentido durante o coma.
“O que você viu no coma e o que você ouviu no coma?” é, segundo ela, a pergunta que mais recebe nas redes sociais. Joyce conta que perdeu a consciência ao entrar na ambulância e que, a partir dali, não se lembra de mais nada do que acontecia fisicamente ao seu redor. Ela afirma que, no lugar disso, passou a viver uma espécie de jornada espiritual.
“Quando entrei em coma, se abriu um portal espiritual na minha vida, e eu comecei a ver várias coisas, um mundo totalmente diferente do que estava acontecendo comigo. Era como se eu visse a cidade em que moro de várias partes, ao mesmo tempo. Num momento, vi como se estivesse sendo resgatada próximo de uma praia que tem aqui em Manaus. Depois, eu me via por cima de outra região da cidade. Vi, ainda, o que parecia ser minha alma subir por determinados lugares. Vi parte do hospital, pessoas na frente dele… mas tudo diferente. E, ali, eu comecei a entender que eu estava muito doente”, relatou.
Joyce também descreve o que chama de batalhas espirituais. Em uma das visões, diz ter visto um enfermeiro entregar uma lista com rituais que seriam feitos nela, como cortar as unhas e os cabelos. “Sentia uma agonia muito grande de ver aquilo tudo. Eu queria pedir para não tocarem em mim, mas não conseguia. Na minha mente, eu clamava por Jesus”, disse.
Em outra visão marcante, Joyce viu soldados tentando entrar no hospital para resgatá-la: “Comecei a ver um exército tentando entrar no hospital, armados e fardados, para me tirar de lá. Eles vinham armados e fardados, e eu sabia que, se me tirassem de lá, eu ficaria boa. Mas formava-se um paredão de médicos e enfermeiros para impedir. Eu batia a mão na parede pedindo socorro, queria mostrar que estava ali”.
No auge do delírio, ela afirma ter visto o comandante do exército chegar em um carro blindado. “Ele desceu e disse: ‘Eu vou entrar aí. Eu tenho ordem para entrar. Joyce é minha filha’. Quando ele entrou, foi a hora que eu acordei do coma”, declarou.
Após despertar, Joyce diz ter reconhecido a irmã ao lado da cama e, ainda sem conseguir falar, começou a demonstrar irritação. “Antes de acordar, eu tentava entrar numa aeronave para sair de lá, mas minha irmã não deixava. E eu fiquei tão chateada que puxei os cabelos dela quando acordei. Mas ela não entendia nada”, contou.
Dias depois, soube que os médicos chegaram a perguntar à família se gostariam de desligar os aparelhos. A resposta da irmã foi firme: “Jamais! Quando a medicina não puder mais nada, Deus vai fazer”.
Joyce sobreviveu ao AVC e à falência dos órgãos. Dois anos após o episódio, segue sem sequelas, e continua compartilhando sua história nas redes sociais, atraindo milhares de pessoas que buscam entender o que se passa entre a vida e a morte. “A fé move montanhas, e eu voltei”, finalizou.
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