A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que estava foragida da Justiça brasileira, foi finalmente localizada na Itália pela Polícia Federal em cooperação com autoridades locais. A prisão, no entanto, ainda depende da autorização do governo italiano, que analisa o pedido formal de extradição entregue pelo embaixador brasileiro Renato Mosca ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália, a “Farnesina”.
Zambelli teve sua condenação confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que a considerou culpada por falsidade ideológica e invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela teria atuado em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, inserindo documentos falsos nos sistemas da Justiça com o objetivo de gerar instabilidade institucional e disseminar desinformação.
Em 7 de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou o início imediato do cumprimento da pena em regime fechado, além da perda do mandato, bloqueio de bens e inserção do nome de Zambelli na difusão vermelha da Interpol — mecanismo que mobiliza polícias internacionais para localizar e prender foragidos.
A localização da parlamentar na Itália levanta agora questões diplomáticas e jurídicas sobre a extradição. Embora o tratado bilateral entre Brasil e Itália preveja esse tipo de cooperação, o processo pode ser demorado e envolver disputas políticas internas no país europeu. Todos os recursos da defesa de Zambelli foram negados, o que fortalece o pedido brasileiro.
Enquanto isso, cresce a pressão política no Brasil. A Câmara dos Deputados já encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o processo de cassação do mandato de Zambelli. Além disso, a parlamentar teve verbas de gabinete bloqueadas para o pagamento de multas judiciais.
O caso se tornou um dos mais emblemáticos da atual legislatura, expondo as tensões entre o Judiciário e figuras políticas alinhadas à extrema-direita. A extradição de Carla Zambelli poderá se tornar um marco na cooperação internacional contra crimes digitais e desinformação.