Em meio à escalada de tensão entre Irã e Israel, o governo iraniano anunciou a execução de Esmaeil Fekri, acusado de espionagem para o Mossad, o serviço de inteligência israelense. A execução por enforcamento ocorreu nesta segunda-feira (16/6), em um momento crítico de confrontos diretos entre os dois países, que já se estendem por quatro dias.
Fekri foi preso em 2023, sob acusação de fornecer informações sigilosas sobre locais estratégicos no Irã para agentes israelenses. Segundo a agência Mizan, ligada ao Judiciário iraniano, ele foi considerado culpado pelos crimes de “guerra” e “corrupção na Terra”, uma das acusações mais graves sob a lei iraniana. O tribunal afirma que Fekri manteve contato com dois oficiais do Mossad e tentou repassar dados sensíveis em troca de recompensa.
As autoridades iranianas alegam ter recuperado provas contundentes dos dispositivos eletrônicos de Fekri, incluindo troca de mensagens com agentes israelenses e planos de espionagem. A sentença foi proferida após confissão e apresentação de provas documentais, incluindo a interceptação de comunicações.
O caso ocorre em um momento de grande instabilidade no Oriente Médio. Na última quinta-feira (12/6), Israel lançou uma ofensiva preventiva contra o programa nuclear iraniano, intensificando o clima de hostilidade. O governo israelense, que há anos vê o avanço nuclear do Irã como ameaça, vinha endurecendo o discurso contra o regime do aiatolá Ali Khamenei.
A execução de Fekri é mais um capítulo da guerra velada entre as duas nações, que agora ganha contornos cada vez mais públicos e perigosos. Enquanto o Irã acusa Israel de sabotagens e assassinatos de cientistas, Israel vê no Irã uma ameaça existencial. A morte do suposto espião pode acirrar ainda mais os ânimos e provocar represálias em ambos os lados.