O norte-americano Sean Wachter, de 40 anos, voltou a lutar após enfrentar uma sequência de eventos que quase lhe tiraram a vida. Morador de Long Island, Nova York, ele sobreviveu a dois cânceres, um acidente vascular cerebral (AVC) e uma paralisia antes de realizar o sonho de retornar aos ringues.
Tudo começou há cerca de uma década, quando Wachter foi internado às pressas e recebeu a notícia de que tinha um tumor cerebral causado por melanoma avançado. “Tive um AVC por causa de um tumor do tamanho de uma bola de golfe. Depois, veio uma complicação rara chamada leptomeningeal disease, quando o câncer se espalha pelo fluido espinhal”, relatou ao New York Post. Na época, os médicos lhe deram apenas três meses de vida.
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O pior momento veio logo após outro trauma. Anteriormente, um acidente em uma obra havia deixado Wachter temporariamente paralisado, o que o obrigou a reaprender a andar ao longo de três anos. Entre fisioterapias e tratamentos, encontrou conforto em uma paixão antiga: a luta livre.
Apaixonado pelo esporte desde a juventude, Wachter havia desistido da carreira ainda adolescente, quando seu pai descobriu que ele treinava escondido em um ginásio local e o forçou a abandonar os ringues. Anos depois, entre internações e reabilitações, ele passou a assistir lutas da WWE e ouvir podcasts sobre o tema como forma de manter a esperança.
Contra todos os prognósticos, Wachter não só sobreviveu, como protagonizou um feito raro na medicina, sendo registrado como o único caso documentado de reversão completa da leptomeningeal disease. “Foi a pior fase da minha vida e, ao mesmo tempo, a melhor coisa que já me aconteceu. Vivi mais e melhor do que em toda a minha vida anterior”, afirmou.
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A recuperação culminou em um momento simbólico em 2022, quando ele tocou o sino no Memorial Sloan Kettering, marcando o fim do tratamento contra o câncer. Na mesma época, voltou aos ringues pela primeira vez em uma luta beneficente para arrecadar fundos para crianças em tratamento oncológico. Ele usou o nome “The Cancer Fighter” e transformou sua história em uma missão de inspirar quem enfrenta batalhas semelhantes.
O retorno ao wrestling ganhou ainda mais significado quando sua filha pediu para vê-lo lutar. Com o aval da esposa, Wachter treinou por quatro meses e organizou um novo evento solidário, desta vez em prol do hospital infantil St. Jude. “Foi um momento mágico. Montei uma luta de duplas, bem elaborada, com tudo o que sonhei”, disse.
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Em 2024, o lutador participou do SmackDown, no Madison Square Garden, onde apareceu vestido como policial para arrancar do ringue os astros Cody Rhodes e Kevin Owens, aplaudido por uma multidão. “Na noite anterior, chorei sozinho na garagem. Pensei no menino que sonhava com aquilo e em tudo o que enfrentei. Foi demais”, revelou.
Apesar do sucesso, ele decidiu deixar os ringues após sofrer uma concussão e ver sinais do câncer retornarem. Felizmente, pela segunda vez, a doença entrou em remissão. Atualmente, atua como diretor de operações do New York Dragons, equipe de futebol americano, onde já havia tentado jogar anos antes.
Mesmo fora dos ringues, Wachter segue recebendo mensagens de apoio e gratidão. “Muita gente me escreve dizendo que só saiu da cama por causa da minha história. Se eu tiver tocado uma pessoa que seja, já valeu a pena cada dor que enfrentei. Eu reviveria meus piores dias de câncer de novo, só para isso”, declarou.
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