Bella Chambasis, de 18 anos, emocionou familiares, colegas e professores ao atravessar o palco de sua formatura em East Haven, Connecticut (EUA), na última quinta-feira (12), após enfrentar uma série de desafios de saúde ao longo da adolescência. A jovem caminhou com auxílio da mãe e de um funcionário da escola para receber seu diploma, cumprindo a promessa de se formar com honras mesmo após um derrame e um coma prolongado.
Em janeiro de 2021, Bella começou a apresentar sinais de que algo não ia bem: sangramentos nasais e crises de letargia. Um médico do pronto-socorro indicou o uso de vaselina e a liberou. Dois dias depois, já com dificuldade para respirar, foi levada pela mãe a um hospital local, onde recebeu o diagnóstico de vasculite associada ao ANCA, uma rara doença autoimune que causa inflamações nos vasos sanguíneos.
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A condição se agravou rapidamente. Bella foi entubada, recebeu mais de uma dúzia de transfusões de sangue e teve falência renal, sendo submetida à diálise. “Sua filha está muito doente”, disseram os médicos à mãe, Deann Hurley. Após dois meses de internação, prestes a receber alta, Bella sofreu um derrame e entrou em coma, permanecendo desacordada por cerca de um mês.
Durante esse período, os médicos passaram a discutir com a família a possibilidade de interromper os tratamentos. “Eles começaram a ter conversas sobre qualidade de vida comigo, explicando como poderiam interromper a diálise e simplesmente deixar que suas funções renais parassem. Tudo o que eu conseguia pensar era: ‘Não vou perder duas filhas no mês de abril’”, relatou Deann à People.
A frase se refere à morte da filha mais velha, Arianna, assassinada por uma babá em abril de 2009. Dois anos depois, o pai de Bella, Jorge, morreu em um acidente de moto. “Foi como um golpe atrás do outro”, relembra a mãe.
Mesmo diante do histórico de perdas, Deann manteve vigília ao lado da filha no hospital. Tocava músicas sem parar, até que, durante “Copycat”, de Billie Eilish, notou que Bella mexia os lábios: “Ela estava dublando a música palavra por palavra. Foi absolutamente incrível”. Bella conta que a música sempre teve papel central em sua vida: “Sempre amei música e sempre aprendi as letras muito rápido. E quando gosto de uma música, sempre a canto, não importa o que aconteça”.
A recuperação foi lenta. Foram necessários cinco meses até que a jovem estivesse apta a deixar o hospital. O lado esquerdo do corpo foi severamente afetado pelo derrame, e ela passou a usar cadeira de rodas. Ainda em processo de reabilitação, recebeu um transplante de rim em 2023.
Mesmo assim, não desistiu de se formar com sua turma. Recuperou o tempo perdido com aulas de reforço, estudou em casa e frequentou a escola de verão. “Sou muito exigente comigo mesma quando preciso fazer alguma coisa”, afirmou. Em agosto do ano passado, começou fisioterapia duas vezes por semana. Seu objetivo era claro: caminhar até o centro do palco para receber o diploma.
Ao atravessar o palco da cerimônia de formatura, Bella ouviu aplausos e gritos vindos da arquibancada. “No começo, ouvi todo mundo gritando. Mas depois parei de ouvir qualquer coisa, porque estava muito concentrada em atravessar o palco e chegar ao outro lado”, revela.
A jovem, que pretende cursar medicina pediátrica, reforçou a importância de não se render diante das dificuldades: “Eu não queria ser lembrada apenas como ‘a garota da cadeira de rodas’. Eu queria que todos ali se lembrassem de mim como ‘Bella, a garota que superou a insuficiência renal e sobreviveu’”.
“Quando eu estava no hospital, ouvi muito sobre todas as coisas que eu provavelmente nunca mais conseguiria fazer. Mas o que eu aprendi é: nunca deixe ninguém lhe dizer o que você pode ou não fazer. Apenas mantenha uma boa mentalidade, seja positivo e não há nada que você não possa realizar”, finalizou a jovem.
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