A administradora Priscila Mira, o também administrador Marcel Mira e a assistente social Regiane Gabarra, de Bragança Paulista (SP), oficializaram na Justiça a inclusão dos três nomes na certidão de nascimento de dois de seus filhos. A família, formada há quase sete anos, representa um dos raros casos de parentalidade tripla reconhecida legalmente no Brasil.
Em 2024, o trisal conseguiu registrar o caçula Pierre, hoje com 3 anos, como filho de Priscila, Marcel e Regiane. Já em 2025, foi a vez de Isabela, de 13 anos, que solicitou o reconhecimento do vínculo afetivo com Regiane, a quem já considerava mãe.
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“Embora para muita gente seja só um papel, para a gente é um reconhecimento de família. Agora posso participar da vida civil dele de maneira igual à mãe biológica. As pessoas perguntam quem é a mãe, e eu explico: as duas são”, afirmou Priscila à revista Crescer.
A decisão judicial no caso de Pierre só veio após a negativa inicial no cartório e um processo de 10 meses na Justiça. O trio apresentou documentos, imagens e relatórios médicos que comprovaram o vínculo de afeto e convivência entre Priscila e o filho. Já o caso de Isabela foi resolvido de forma extrajudicial, com consentimento da própria adolescente.
“Ter filhos com o nome dos três valida a nossa família. É uma sensação de igualdade, de pertencimento, de valorização, de reconhecimento. Agora ninguém mais tira esse direito. Segurança é a palavra”, resumiu Priscila.
Os outros dois filhos da família, Reginaldo, de 21, e Sara, de 18, preferiram manter seus registros originais, mas reconhecem o trisal como estrutura familiar. “Eles já respondem por si e a gente não força ninguém”, explicou Priscila.
A história da família Mira-Gabarra repercutiu nas redes sociais e ganhou notoriedade pela naturalidade com que os filhos acolheram o relacionamento afetivo e parental do trisal. “Já era uma família antes mesmo de sermos um trisal”, disse Priscila. “E hoje seguimos unidos, com amor, respeito e responsabilidade por todos os nossos filhos”, declarou.
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