A canadense Shannin Pain, de apenas 26 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo após meses de sintomas ignorados por especialistas. Em outubro de 2023, ela começou a sentir náuseas fortes, cólicas abdominais intensas e mudanças drásticas nas fezes – que se tornaram extremamente finas. Mesmo assim, três médicos diferentes minimizaram os sinais, atribuindo-os a causas como síndrome do intestino irritável, ansiedade ou hemorroidas.
Foi apenas em abril de 2024, após uma ressonância magnética, que a gravidade da situação veio à tona: um bloqueio intestinal completo revelou um câncer de intestino em estágio 4, já metastático, atingindo ovário, fígado, linfonodos e peritônio. O diagnóstico devastador veio acompanhado de um prognóstico sombrio: três anos de vida com quimioterapia ou três meses sem tratamento.
Shannin passou por uma cirurgia de emergência, na qual teve um ovário, parte do peritônio e 13 gânglios linfáticos removidos – 11 deles com células cancerígenas. Apesar da gravidade, os médicos conseguiram preservar sete óvulos, o que deu à jovem esperança de ainda poder ser mãe no futuro.
Além do tumor intestinal, ela também foi diagnosticada com um tumor de Krukenberg, tipo raro de câncer metastático nos ovários. Desde então, a jovem já passou por 27 sessões de quimioterapia. A última ressonância trouxe um alívio: não foram detectados novos tumores no fígado.
Indignada com o atraso no diagnóstico, Shannin usa as redes sociais, especialmente o TikTok, para compartilhar sua rotina e alertar outros jovens sobre a importância de ouvir o próprio corpo. “Se eu puder ajudar pelo menos uma pessoa a ser diagnosticada mais cedo, já terá valido a pena”, afirmou.
O caso escancara os riscos de subestimar sintomas persistentes, especialmente em pacientes jovens, e reforça a importância da detecção precoce do câncer colorretal. Exames como a colonoscopia, muitas vezes negligenciados em pessoas fora da faixa etária de risco, podem ser cruciais para salvar vidas.