O cearense David Lohan da Silva Ramalho, de 19 anos, emocionou a internet ao reagir à notícia de que foi aprovado no curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE). O vídeo do momento em que ele aparece segurando um terço, abraçando a família e dizendo “vou ser médico” viralizou nas redes sociais.
“Foi uma sensação única, indescritível. Uma sensação de liberdade por ter passado, porque a gente fica tantos dias, tantos meses se preparando”, disse David ao Terra. “Sempre quis ter uma profissão que impactasse a vida das pessoas de uma forma boa. Sempre sonhei que queria ser médico, só não sabia se seria médico veterinário ou de humanos. Mas, ao decorrer do tempo, fui entendendo. A paixão pela Medicina me agarrou, o sonho de ser médico e salvar vidas vem desde pequeno”, acrescentou.
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Natural de Mauriti, a cerca de 500 km de Fortaleza, ele será o primeiro da família a cursar uma graduação. A conquista também representa um sonho coletivo. “Meus pais sempre valorizaram e me motivaram muito a continuar estudando”, afirmou o jovem, que mora com o pai, Cicero, pedreiro de 46 anos, a mãe, Graciliana, agricultora aposentada de 42 anos, e o irmão mais novo, de nove anos.
David contou que pensou imediatamente em um amigo que morreu no início deste ano e que o apoiava nos estudos. “Uma música que me lembra ele começou a tocar exatamente na hora e eu já comecei a chorar”, relembrou.
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A fé teve papel central na sua preparação. Devoto de Nossa Senhora Aparecida desde criança, influência da avó Rosinha, de 77 anos, ele manteve uma imagem da santa na mesa de estudos e a levou no bolso para todas as provas. “Eu só tinha ela, a escrivaninha, algumas canetas e um sonho no início da minha jornada de vestibular. E todas as provas eu fiz com a imagem no bolso. Nunca saiu do meu lado e não vai sair agora na universidade. […] Minha avó me ensinou a ser forte, me ensinou a fé. É o meu exemplo de vida”, disse.
Para alcançar o objetivo, David estudava de 8 a 10 horas por dia e contou com bolsas em cursinhos online. Foram um ano e cinco meses de preparação, até ser aprovado no campus de Crateús, a seis horas de sua cidade. Agora, ele se prepara para o início das aulas no fim de agosto. “Eu sou muito apegado à minha família. Ficar longe é um grande desafio. O coração está bem apertado, só que eu sei que a fé que nos une vai ser a que vai me dar força. Mas estou ansioso para cada aula que eu vou ter”, concluiu.
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