Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão atuando nos bastidores para evitar que as sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky, tenham efeitos práticos no Brasil. Para isso, acionaram Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), com o objetivo de convencer os bancos que atuam no país a não aplicarem restrições contra Moraes.
A estratégia do STF é evitar que a Corte precise emitir uma decisão formal, o que poderia atrair ainda mais atenção internacional e provocar novas represálias por parte do governo norte-americano. A Casa Branca já sinalizou que poderá ampliar as punições a outros ministros caso o Supremo interfira diretamente para proteger Moraes.
A CNF, presidida por Maia, representa 16 associações do setor financeiro, incluindo bancos, seguradoras e cooperativas de crédito. A entidade tem influência significativa junto ao Banco Central, ao Congresso Nacional e a órgãos reguladores, funcionando como um canal institucional de diálogo entre o sistema financeiro e o poder público.
Paralelamente, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, protocolou nesta sexta-feira (1/8) uma ação cautelar no STF pedindo que o tribunal proíba os bancos de implementarem, direta ou indiretamente, as sanções contra Moraes. No entanto, a expectativa é que essa medida judicial só avance caso as articulações políticas com Maia não surtam o efeito desejado.
A movimentação dos ministros do STF demonstra a preocupação com o impacto diplomático e institucional das sanções internacionais, além de tentar preservar a imagem da Corte e evitar uma escalada de tensões com os Estados Unidos.