O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, enviou um forte recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em nota oficial, o Bureau para Assuntos do Hemisfério Ocidental declarou que os EUA “condenam” a decisão do ministro Moraes e alertaram que “responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”.
A reação norte-americana ocorre no contexto da aplicação da chamada Lei Magnitsky, legislação que permite aos EUA impor sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. Na prática, o governo Trump sinaliza que ministros do STF que votarem a favor da manutenção da prisão de Bolsonaro poderão ser alvo de medidas punitivas semelhantes às impostas a Moraes.
A decisão de Moraes será analisada nesta terça-feira (5/8) pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Dos cinco, apenas Fux é considerado mais independente em relação às decisões que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, enquanto os demais têm mostrado alinhamento nas votações anteriores.
O episódio marca mais um capítulo da crescente tensão entre setores do Judiciário brasileiro e figuras políticas internacionais, especialmente ligadas à direita global. A escalada de críticas por parte de aliados de Trump, incluindo postagens ofensivas contra Moraes, evidencia o impacto internacional das decisões do STF e o envolvimento de lideranças estrangeiras na política interna brasileira.
