Um caso chocante de violência urbana em Belo Horizonte (MG) trouxe à tona o histórico criminal de Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário de 47 anos, preso preventivamente após assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, durante uma discussão no trânsito. O crime ocorreu na manhã de segunda-feira (11/8), no bairro Vista Alegre, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo.
Testemunhas relataram que Renê, dirigindo um carro elétrico, exigiu que o caminhão de coleta fosse retirado da via. Após uma breve discussão com a motorista do veículo, ele desceu armado e atirou, atingindo Laudemir na costela. O gari foi socorrido, mas morreu no hospital devido a hemorragia interna causada pelo projétil.
Renê foi preso horas depois em uma academia de luxo no bairro Estoril, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. Apesar das evidências, o empresário nega o crime e afirma sequer ter passado pelo local. Segundo a polícia, ele apresentou um álibi com horários contraditórios e imprecisos.
O histórico de Renê revela um padrão preocupante de violência. Em 2011, ele atropelou e matou uma mulher de 50 anos no Rio de Janeiro, sendo acusado de homicídio culposo. Em 2003 e 2005, foi conduzido à delegacia por agressões a mulheres, incluindo a ex-noiva. Já em 2021, foi novamente investigado por violência doméstica contra a ex-esposa, com acusações de ameaças e lesões corporais.
Durante a investigação do homicídio do gari, a polícia apreendeu uma arma registrada em nome da esposa de Renê, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. A perícia busca confirmar se foi essa a arma usada no crime. A Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento para apurar se o empresário tinha acesso à arma e se a delegada tinha conhecimento do fato. Ela nega envolvimento e segue no cargo.
O caso gerou comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre violência no trânsito, impunidade e porte de armas por civis com histórico de agressão.