Um crime chocante e aparentemente sem motivo abalou Belo Horizonte (MG) esta semana. O empresário René da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi preso após matar o gari Laudemir de Souza Fernandes com um tiro, em plena luz do dia, na segunda-feira (11/8). O mais perturbador: segundo testemunhas, não houve qualquer briga ou discussão antes do crime.
Eledias Aparecida Rodrigues, motorista do caminhão de limpeza e testemunha direta, afirmou que a equipe de garis apenas tentava ajudar o empresário a passar pela rua estreita, bloqueada momentaneamente para a coleta de lixo. René, apressado, teria ameaçado Eledias ao dizer: “Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro na sua cara”. Em seguida, ele dirigiu por alguns metros, sacou uma arma e atirou em Laudemir, que estava mais próximo.
A motorista descreveu o comportamento do empresário como frio e calculado, classificando o ato como uma “violência gratuita”. Ela ainda tentou alertar os colegas ao ver René armado pelo retrovisor, mas não houve tempo para evitar o disparo fatal.
Após o crime, René fugiu e foi localizado horas depois em uma academia de luxo no bairro Estoril, onde, segundo a polícia, ainda passeou com os cachorros antes de ser preso. Ele responderá por ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa à vítima.
Outro detalhe que chamou atenção foi a origem da arma: segundo o próprio René, o revólver usado no crime pertence à sua esposa, Ana Paula Balbino Nogueira, que é delegada da Polícia Civil. A Corregedoria da corporação já abriu um inquérito para investigar a conduta da delegada e a posse da arma.
O caso gerou revolta nas redes sociais e nas ruas, levantando debates sobre impunidade, abuso de poder e violência contra trabalhadores essenciais. O assassinato de Laudemir, um trabalhador em serviço, escancara a brutalidade de um crime que poderia ter sido evitado — e que agora exige justiça.