Em uma movimentação surpreendente, o governo de Donald Trump avalia reativar o visto de entrada nos Estados Unidos do ministro Edson Fachin, recém-eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para o biênio que se inicia em setembro. A informação surgiu após uma reunião entre membros do Departamento de Estado norte-americano, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e o jornalista Paulo Figueiredo.
A possível reativação do visto é vista como um gesto político e estratégico: sinaliza boa vontade com o novo presidente da Corte brasileira e, ao mesmo tempo, busca isolar o futuro vice-presidente do STF, Alexandre de Moraes — figura central em investigações e decisões polêmicas, como o Inquérito das Fake News.
Fachin havia perdido o visto, como outros ministros do STF, por ter votado a favor da legalidade do inquérito conduzido por Moraes. No entanto, sua postura mais moderada em temas como o bloqueio de redes sociais e a derrubada do X (antigo Twitter) no Brasil pesaram a seu favor na reavaliação americana.
Atualmente, apenas três ministros do STF — André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux — mantêm seus vistos válidos. Os demais, incluindo nomes de peso como Gilmar Mendes, Barroso e Cármen Lúcia, tiveram os documentos suspensos. Até o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entrou na lista de autoridades banidas de solo norte-americano.
Nos bastidores, a reaproximação com Fachin é lida como uma tentativa de enfraquecer a influência de Moraes, que mantém forte apoio dentro da Corte. A medida também pode ser interpretada como parte de uma estratégia mais ampla do trumpismo para influenciar o cenário institucional brasileiro, especialmente em um momento de tensões políticas e judiciais.
A reativação do visto de Fachin, se concretizada, pode abrir um novo capítulo nas relações entre o Judiciário brasileiro e o governo dos EUA, com consequências ainda imprevisíveis para o equilíbrio de forças no STF.