Oito idosos foram resgatados de um abrigo clandestino localizado no Guarujá, litoral sul de São Paulo, em operação realizada pela Polícia Civil após denúncia da Comissão de Longa Permanência de Idosos, vinculada à Prefeitura local. O local apresentava condições extremamente precárias de higiene e infraestrutura, colocando em risco a saúde e a dignidade dos residentes.
Durante a ação, foram identificadas diversas irregularidades: o abrigo não possuía licença do Corpo de Bombeiros, nem contava com profissionais médicos ou fisioterapeutas. Também não havia plano nutricional, e os medicamentos estavam desorganizados e espalhados pelos cômodos. Os idosos estavam em situação alarmante — muitos acamados, feridos, urinados, com roupas sujas de fezes e urina, e até amputados. Alguns estavam nus, mesmo com as baixas temperaturas, e havia apenas um banheiro, sem porta, para todos os residentes.
Vídeos gravados no local revelam as péssimas condições de higiene e o estado de abandono. Uma das idosas resgatadas se emocionou ao ser retirada do local e desabafou: “É tão triste você ser abandonado. A gente quer carinho, não é só comida que enche a barriga”.
Três mulheres foram presas em flagrante com base no Estatuto do Idoso. Durante a fiscalização, descobriu-se que os residentes não podiam usar celular, e um dos idosos revelou estar no abrigo há sete meses. Ele é portador dos vírus HTLV e HIV, além de outras complicações de saúde. Outra idosa apresentava uma lesão grave na perna.
As imagens do resgate chocaram pelas condições desumanas em que os idosos viviam. A operação reforça a necessidade de fiscalização rigorosa e políticas públicas eficazes para garantir a segurança e o bem-estar da população idosa.