O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República neste sábado (16/8), durante a convenção nacional do partido Novo, em São Paulo. Em seu discurso, Zema fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao programa social Bolsa Família.
Zema defendeu a criação de um “mecanismo de desmame” para o Bolsa Família, permitindo que beneficiários continuem recebendo o auxílio enquanto se estabilizam no mercado de trabalho, até que não precisem mais do benefício. Segundo ele, o programa perpetua uma vida precária e sem dignidade, especialmente no Nordeste, região que considera um desafio para a direita.
O evento foi marcado por discursos inflamados contra o STF e o governo federal. Zema afirmou que deseja “varrer o PT do mapa” e acabar com os “abusos e perseguições” atribuídos a Alexandre de Moraes. Ele também criticou a participação do Brasil no Brics, chamando o grupo de “Frankenstein geopolítico” e acusando Lula de se aliar a ditadores.
A pré-candidatura de Zema surge em um cenário de indefinição na direita, com Jair Bolsonaro inelegível e em prisão domiciliar. Outros governadores de perfil conservador, como Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Jr. (PR), Eduardo Leite (RS) e Ronaldo Caiado (GO), também são cotados para disputar a Presidência em 2026.
Apesar de se lançar como pré-candidato, Zema não descartou a possibilidade de apoiar outro nome em uma eventual aliança, desde que haja convergência no segundo turno. Ele defendeu a união da direita e centro-direita em torno de um projeto comum.
Durante o evento, lideranças como o senador Eduardo Girão pediram o impeachment de Alexandre de Moraes, e o público entoou gritos como “fora Xandão” e “fora Lula”. O deputado Marcel van Hattem (RS) criticou o que chamou de censura e perseguição política no país. O ex-procurador da Lava Jato e deputado cassado Deltan Dallagnol também esteve presente, atuando como embaixador do Novo.