O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, intensificou a pressão sobre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em recente declaração, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os EUA estão preparados para usar “todos os elementos do poder americano” contra o regime venezuelano, que classificou como um “cartel de narcoterrorismo”.
A ofensiva diplomática e militar ocorre em meio a rumores de que três navios de guerra norte-americanos, com cerca de 4 mil militares, estariam posicionados próximos à costa venezuelana. Embora a informação não tenha sido oficialmente confirmada, Leavitt reforçou o compromisso dos EUA em combater o tráfico de drogas e responsabilizar líderes envolvidos.
Washington acusa Maduro de chefiar o cartel de Los Soles e de facilitar a entrada de drogas nos EUA. Como parte da ofensiva, o governo norte-americano aumentou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro para US$ 50 milhões. A legitimidade do governo venezuelano é amplamente questionada pela comunidade internacional, que aponta fraudes nas últimas eleições. Trump, assim como outros líderes ocidentais, reconhece o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor do pleito.
A retórica agressiva dos EUA se insere em uma nova política que equipara grupos de tráfico de drogas a organizações terroristas, o que abre precedentes legais para ações militares em outros países sob a justificativa da guerra ao terror.
Em resposta, o governo Maduro reagiu com firmeza. Na segunda-feira (18/8), o presidente venezuelano anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para defender a soberania nacional. A medida visa preparar o país para possíveis ações militares estrangeiras e reforçar o discurso de resistência contra o que o chavismo considera uma tentativa de intervenção imperialista.
Essa escalada de tensões marca mais um capítulo na deterioração das relações entre Caracas e Washington, agravadas desde o início do governo Trump e pelo apoio explícito dos EUA a líderes opositores venezuelanos.