O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara dos Deputados, considerou como um “sinal de esperança” a intervenção feita pelo ministro Luiz Fux durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados em uma tentativa de golpe. A sessão ocorreu nesta terça-feira (9/9), e a interrupção de Fux aconteceu durante a fala do ministro Alexandre de Moraes.
Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Sóstenes destacou que, em menos de cinco minutos de sessão, Fux apresentou a primeira discordância em relação a Moraes. Segundo o parlamentar, o ministro deixou claro que não admitiria a quebra de etapas no processo e exigiu o cumprimento do rito legal. Para Cavalcante, isso demonstra que ainda existem ministros no STF dispostos a garantir a Constituição e o devido processo legal.
O deputado acrescentou que “o Brasil precisa manter a fé: a verdade pode ser suprimida temporariamente, mas jamais será derrotada. A Justiça sempre encontra seu caminho, cedo ou tarde”, escreveu.
A divergência se deu quando Moraes anunciou que analisaria os pedidos preliminares das defesas e, em seguida, apresentaria seu voto, sem submetê-los previamente aos demais ministros da Primeira Turma. Fux, então, afirmou que se manifestaria separadamente sobre os questionamentos feitos pelos advogados dos réus. Ele declarou que, por coerência com sua posição desde o início do processo, manteria sua postura e abordaria as questões processuais ao apresentar seu voto.
Moraes respondeu dizendo que todas as questões preliminares levantadas pelas defesas já haviam sido rejeitadas, muitas delas por unanimidade, e que não havia fatos novos que justificassem reabrir o debate. Entre os pontos apresentados pelas defesas está a alegação de que a Primeira Turma não teria competência para julgar o núcleo central da suposta tentativa de golpe — posição anteriormente defendida apenas por Fux, que considerava o Plenário como o foro adequado.