A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito provocou forte reação do governo dos Estados Unidos e agravou a tensão diplomática com o Brasil. Autoridades norte-americanas, incluindo membros do alto escalão do governo Trump, manifestaram-se de forma contundente contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando o ministro Alexandre de Moraes de perseguição política e violações de direitos humanos.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificou Moraes como “violador de direitos humanos” e prometeu uma resposta à “caça às bruxas”. O vice-secretário Christopher Landau afirmou que as relações bilaterais estão em seu “ponto mais sombrio em dois séculos”, enquanto o subsecretário Darren Beattie denunciou a condenação como “censura e perseguição”. Membros do Congresso norte-americano, como o deputado Rich McCormick, defenderam sanções contra autoridades brasileiras e prometeram punições severas.
O presidente Donald Trump adotou um tom mais moderado, dizendo apenas estar surpreso com a condenação e elogiando Bolsonaro como um bom presidente, sem confirmar novas sanções.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, chegou a mencionar uma possível intervenção militar dos EUA no Brasil, caso a situação se agrave. Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e também condenado, minimizou essa possibilidade no momento, mas alertou que o Brasil pode enfrentar pressões semelhantes às impostas à Venezuela se o “regime” se consolidar sem oposição.
Além das ameaças, o Brasil já sofre sanções em vigor, como uma tarifa de 50% sobre exportações para os EUA, embora alguns produtos tenham sido retirados da lista. Alexandre de Moraes também é alvo direto da Lei Magnitsky, com consequências como congelamento de bens, proibição de transações financeiras e cancelamento de vistos para ele e familiares.
A escalada de tensões marca um novo capítulo nas relações entre os dois países, com o governo Trump liderando uma ofensiva diplomática contra o STF e o governo brasileiro, em defesa de Bolsonaro.