Daniela Alves e seu filho Murylo, de 28 anos, se mudaram para Massachusetts, nos Estados Unidos, em busca de melhores condições de vida após enfrentarem o desemprego no Brasil. No entanto, a trajetória da família mudou drasticamente no dia 8 de setembro, quando Murylo foi detido por agentes da imigração americana (ICE) enquanto se dirigia ao trabalho, na cidade de Milford.
Segundo Daniela, a abordagem foi violenta: quatro carros cercaram o jovem, que teve passaporte, celular e carteira apreendidos. Ela só soube da prisão por meio de um vídeo enviado por uma amiga. Durante quatro dias, a mãe não teve qualquer informação sobre o paradeiro do filho.
Murylo, formado em filosofia e atualmente trabalhando como bartender, relatou estar em condições precárias na detenção: dormindo no chão, sem acesso a banho e dividindo espaço com outros detidos. A justificativa para a prisão seria a expiração do visto de turista, mas Daniela afirma que o filho estava em processo de solicitação de visto de trabalho, não possui antecedentes criminais e sempre pagou impostos.
A mãe iniciou uma campanha de arrecadação online para custear os honorários advocatícios, já que os valores são altos. Ela também fez um apelo emocionado, comparando a situação dos imigrantes à perseguição nazista, dizendo viver com medo e sendo tratada como criminosa, apesar de estar no país para trabalhar e buscar uma vida melhor.
Além de sustentar a si mesmo e a mãe nos EUA, Murylo também ajudava no tratamento do pai, que ficou no Brasil e foi diagnosticado com câncer de próstata em estágio avançado. Daniela descreve o filho como um jovem calmo, estudioso e trabalhador, e diz que está exausta física e emocionalmente, mas continua lutando por justiça.
O caso ocorre em meio a uma intensificação das políticas de imigração nos EUA sob a presidência de Donald Trump, que tem promovido operações mais rigorosas em áreas com grande presença de brasileiros.