O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar a origem e a distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A decisão ocorre após a confirmação de três mortes e dez casos de intoxicação em São Paulo. A suspeita é de que facções criminosas estejam envolvidas na adulteração, o que levou à mobilização de uma força-tarefa nacional.
A coletiva de imprensa contou com a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Padilha destacou que há indícios de articulação com organizações criminosas e que o impacto da distribuição dessas bebidas pode ser nacional.
As vítimas fatais são três homens, com idades entre 45 e 54 anos, moradores de São Bernardo do Campo, Itu e da capital paulista. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo identificou outros 13 casos suspeitos, dos quais três seguem internados. O Centro de Vigilância Sanitária Estadual investiga dez casos no total.
Diferente de episódios anteriores, quando o metanol era consumido por moradores de rua como combustível, desta vez a intoxicação ocorreu em ambientes sociais de consumo alcoólico. A Polícia Civil também investiga o caso por meio de duas delegacias, uma em São Bernardo do Campo e outra na zona sul da capital.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitiu recomendações urgentes a estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, exigindo que a compra seja feita apenas de fornecedores com CNPJ regular, com nota fiscal e inspeção de autenticidade. Também orienta a não aceitar garrafas com lacres violados, rótulos de má qualidade ou sem identificação adequada.
Sinais como preços muito baixos, odor estranho e sintomas como visão turva, náuseas e tontura devem ser considerados alertas de possível adulteração. A investigação busca impedir a continuidade da distribuição dessas bebidas e evitar novas vítimas.