O governo do estado de São Paulo interditou cautelarmente nove estabelecimentos suspeitos de comercializar bebidas adulteradas com metanol, após o registro de 52 casos de intoxicação, sendo 11 confirmados. A ação é parte de uma força-tarefa coordenada pelo comitê de crise estadual, que visa combater a venda de produtos contaminados.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), até o momento, há uma morte confirmada e outras cinco sob investigação relacionadas ao consumo de bebidas com metanol. As interdições ocorreram em bares e distribuidoras localizadas em bairros da capital como Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca e M’Boi Mirim, além de cidades da Grande São Paulo como Osasco, São Bernardo do Campo e Barueri.
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico incolor e inflamável, com odor semelhante ao do álcool comum. Utilizado na fabricação de tintas, combustíveis e adesivos, é altamente tóxico quando ingerido. Mesmo pequenas quantidades podem causar cegueira e levar à morte. A legislação brasileira permite apenas até 20 miligramas de metanol por 100 mililitros em bebidas destiladas.
Três dias após a criação do comitê de crise, cinco inquéritos policiais foram abertos para apurar os crimes. A Polícia Civil atua com três departamentos diferentes e já realizou 24 prisões relacionadas ao caso somente em 2025.
A SES alerta para os riscos do consumo de bebidas de procedência duvidosa e reforça a importância de adquirir produtos apenas em locais regularizados. O Ministério da Saúde também acompanha a situação e investiga outras sete mortes suspeitas em diferentes estados do país.
A operação segue em andamento para identificar e retirar de circulação outros produtos contaminados, evitando novos casos de intoxicação e mortes.