Parlamentares aliados ao governo federal estão se mobilizando para impedir a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A votação do requerimento está prevista para ocorrer na próxima quinta-feira (16).
A convocação é defendida pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos), e pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil). Eles argumentam que a presença de Frei Chico é necessária devido à operação da Polícia Federal que investigou o Sindnapi, sindicato do qual ele é vice-presidente.
No entanto, parlamentares governistas contestam a legalidade da convocação, alegando que Frei Chico não é investigado e que não há nenhuma denúncia formal contra ele. O deputado Rogério Correia (PT) afirmou que o relator não teria votos suficientes nem mesmo para aprovar o relatório da comissão, que, segundo ele, tende a ser parcial. Correia ressaltou que apenas presidentes de entidades estão sendo chamados, e não vices, como é o caso de Frei Chico.
Já o deputado Paulo Pimenta (PT) minimizou a possibilidade da convocação, dizendo que o tema ainda não foi incluído oficialmente na pauta da CPMI. Segundo ele, a decisão sobre a convocação cabe ao plenário da comissão, e será analisada apenas se for colocada em votação.
A tentativa de barrar o depoimento ocorre em meio à pressão da oposição, que busca ampliar o escopo das investigações e incluir nomes próximos ao presidente Lula. A movimentação política em torno do caso revela o embate entre governo e oposição dentro da CPMI, que investiga suspeitas de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).