
O Distrito Federal registrou um salto de 24,8% nos casos de perseguição em 2025, de acordo com dados da Polícia Civil. Foram 2.904 ocorrências ao longo do ano, frente às 2.327 notificadas no mesmo período de 2024. Por trás desses números, há histórias de medo e sofrimento, como a da psiquiatra Laura Campos, de 34 anos, que vive há quatro anos sendo assediada por um ex-paciente com delírios amorosos.
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Laura compartilhou sua experiência nas redes sociais, onde seu vídeo já ultrapassou 1 milhão de visualizações. Ela conta que o homem criou a fantasia de que os dois mantinham um relacionamento. A perseguição começou dois anos após ele ter sido atendido por ela em apenas duas consultas, em 2019. Desde então, passou a enviar mensagens e, em seguida, apareceu pessoalmente em seu consultório.
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A médica relata que o homem levava presentes e fazia comentários que indicavam uma tentativa de estabelecer uma relação amorosa. Mesmo após registrar boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas, o assédio persistiu. O agressor chegou a ser preso e a usar tornozeleira eletrônica, mas foi declarado inimputável e atualmente está internado compulsoriamente por decisão judicial.
Segundo a Polícia Civil, 78% das vítimas de perseguição no DF em 2025 são mulheres, principalmente entre 25 e 40 anos — faixa etária associada a maior exposição nas redes sociais e vida profissional ativa. Regiões como Ceilândia, Brasília, Taguatinga e Samambaia concentram a maior parte dos casos, com uma média de mais de 10 registros por dia em setembro.
No Brasil, o crime de perseguição está previsto no artigo 147-A do Código Penal. A pena varia de seis meses a dois anos de prisão e multa, podendo ser ampliada em casos de violência de gênero. Especialistas alertam que é essencial reunir provas consistentes, como prints com metadados, testemunhos e registros oficiais, para garantir a responsabilização do agressor.